As reclamações contra a implementação do Programa de Alimentação Escolar (PAE) aumentaram neste 2022, com o regresso ao presencial. As reclamações que foram feitas variam, mas todas têm a ver com a qualidade dos alimentos que estão sendo dados aos menores do programa estadual e os valores que estão sendo servidos a eles. Uma das últimas reclamações foi tornada pública pela Controladoria Geral da República em conjunto com o Ministério da Educação Nacional: em março, as autoridades de supervisão indicaram que 11 Entidades Territoriais Certificadas (ETC), de nove departamentos do país, ainda não haviam começado a implementar o Programa de Alimentação Escolar.
O jornal El Tiempo informou que a Controladoria tem 144 processos de responsabilidade fiscal abertos por 42.046 milhões de pesos, relacionados a todas as denúncias e irregularidades que foram evidenciadas na execução do PAE em todo o território nacional, especialmente no seguinte territórios: Buenaventura, Caquetá, César, Córdoba, Cucuta, Magdalena, Neiva, Pitalito, Santa Marta, Sincelejo e Sucre.
Dos 144 processos abertos, 123 estão atualmente na fase de investigação formal, relacionados aos recursos nacionais alocados ao programa em 26 departamentos; os demais estão na fase de investigação preliminar em 11 departamentos.
O órgão estadual conseguiu confirmar tudo o que estava sendo divulgado nas redes sociais durante os meses de janeiro e fevereiro, quando uma equipe da entidade visitou 150 escolas públicas onde o PAE está sendo executado: durante o exercício, foi confirmado que 34% da amostra não estava entregando o PAE no dia da visita.
E acrescentou: “Os recursos públicos, e neste caso a alimentação escolar, devem ser implementados corretamente. É por isso que, como órgão de controle, convocamos os CTEs que não começaram a fazê-lo e não deixar seus alunos sem comida”.
Da mesma forma, evidenciou-se que há uma deterioração significativa das condições das infraestruturas necessárias para a implementação do PAE, bem como a falta de utensílios de cozinha na maioria dos locais educacionais. 16% das escolas não têm cozinha, 26% não têm espaço de armazenamento, 15% não têm sala de jantar e 22% não têm local para refrigeração de alimentos.
Para agravar o caso, em algumas instituições a situação de higiene não é das melhores. Isso levou ao fato de que, até o momento, em 10 escolas, localizadas em Boyacá, Meta, Antioquia e Cundinamarca, avisos de qualidade e segurança em saúde foram apresentados devido a surtos de DST (doenças transmitidas por alimentos) nas rações PAE que fizeram com que mais de 300 crianças tivessem dor abdominal, dor de cabeça, náuseas e vômito.
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