'Traços do Desaparecimento', a exposição que revive eventos como a desapropriação de terras e a tomada do Palácio da Justiça

A exposição, composta por três momentos, incluindo o deslocamento do povo Nukak, estará no Museu de Arte Miguel Urrutia, em Bogotá, até 22 de junho de 2022

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O Museu de Arte Miguel Urrutia Banco de la República será o cenário para o país aprender, de uma perspectiva artística, alguns dos eventos que marcaram a história do conflito armado e quais entidades como a Comissão da Verdade foram responsáveis por coletá-los, organizá-los e exibi-los.

'Traços do Desaparecimento' é o nome dado a esta exposição, liderada não só pela entidade que faz parte do Sistema Abrangente de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição, mas foi feita em conjunto com a Forensic Architecture, uma agência de pesquisa sediada em Goldsmiths, Universidade de Londres, e a Banco da República, gerando como resultado uma amostra tecnológica que compila pesquisas feitas desde 2018.

Casos específicos de violações dos direitos humanos e ambientais serão mostrados nesta galeria, que foi realizada com recursos tecnológicos para proporcionar interatividade e maior compreensão dos eventos que ocorreram em diferentes momentos da história recente da Colômbia e que geram, no espectador, uma exercício de reflexão sobre a magnitude dos mesmos.

O desaparecimento, a violência e o deslocamento forçado do povo Nukak em Guaviare, a expropriação de terras em Urabá e um caso de desaparecimento na captura do Palácio da Justiça, são os três momentos que compõem a exposição; cada um com um nome diferente e uma recriação 3D liderada por Forensic Arquitetura.

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Em detalhes: os três momentos que compõem a exposição

'As Caixas Negras do Desaparecimento Forçado' é baseado em uma investigação da Comissão da Verdade sobre o desaparecimento forçado no caso do Palácio da Justiça, mostrando que não apenas as pessoas foram violadas, mas as próprias evidências que permaneceram após o evento.

As tarefas investigativas resultaram em três vídeos, modelos arquitetônicos físicos e digitais, documentação e mapas detalhando o desaparecimento forçado de 6 de novembro de 1985.

“A selva detectada” é um mural que mostra a devastação sofrida pelo povo indígena Nukak e seu território após os assassinatos de seus membros e a expropriação de suas terras. Devido à pandemia, a equipe de pesquisa não conseguiu fazer um trabalho etnográfico no território, mas isso não foi um impedimento para a construção de seu espaço a partir da coleta de dados existentes sobre essa comunidade, incluindo os danos ambientais gerados pela própria guerra e o deslocamento dos habitantes.

Agora, para a construção de 'Despossessão e Memória da Terra', tanto a Comissão da Verdade quanto a Arquitetura Forense recriaram em 3D uma paisagem de 100 quilômetros quadrados da área conhecida como Nueva Colonia em Urabá Antioquia. Este projeto foi realizado em conjunto com camponeses cujas terras foram ocupadas ilegalmente para o cultivo de banana. Da mesma forma, foi realizada uma análise bibliográfica com textos datados de 1955 e mostrando como a expropriação tem sido historicamente realizada por meio de transações bancárias.

A última amostra mostra que a expropriação de terras dos agricultores é uma prática institucional que ocorre como resultado da violência ambiental e física.

Esta exposição estará aberta ao público até 18 de junho de 2022 no MAMU (Museu de Arte Miguel Urrutia) e, além disso, para ter um contexto mais amplo dos flagelos mostrados em 'Traços do Desaparecimento', a Comissão da Verdade tem em seu canal no YouTube uma análise sobre 'Despossessão e memória do terra”, detalhando o horror dos massacres que foram realizados para a expropriação da terra em Urabá.

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