Alguns dias atrás, cinco aeroportos no Perú, incluindo Jorge Chávez, pararam de operar por várias horas devido a uma greve do Sindicato Unificado de Controladores de Tráfego Aéreo do Perú (SUCTA). No entanto, um relatório do programa Punto Final revelou que vários controladores de tráfego aéreo recebem até 60.000 soles por mês. Ou seja, eles ganham mais do que o Presidente da República, os congressistas e ainda mais, do que o presidente do Banco Central da Reserva do Perú (S/41, 600).
De acordo com o domingo, os técnicos que dirigem o tráfego aéreo da terra têm salários básicos entre 4.000 e 7.000 soles; no entanto, para horas extras e outros conceitos, eles ganham entre 10.000 e 50.000 soles.
Só em janeiro deste ano, o controlador de tráfego aéreo Carlos Oliva Valenzuela venceu o S/52.000; Marco Antonio Vargas Sagástegui marcou S/49.000; e Luis Javier Montero Aguilar ganhou S/49.000. Em fevereiro, Vicente Mendoza Cochas recebeu S/58.000.
“Fazemos outras tarefas fora do controle de tráfego aéreo, como o trabalho de treinamento, que ocorre ao longo de vários meses e a Corpac não paga por isso. Deixe levar até 8 meses para pagar o trabalho instrucional em um único mês e isso faz com que os formulários transbordem porque nem todo mundo ganha dessa forma”, explicou Victor Zavaleta, secretário-geral da SUCTA.
Apesar desses altos salários, em sua declaração de sinistros, a SUCTA pede aumentos salariais e conceitos de pagamento para dias trabalhados, como o dia 31 de cada mês desde 2016.
MAIS DRIVERS ESTÃO FALTANDO
Uma das soluções para esse problema seria contratar mais controladores de tráfego aéreo para evitar horas extras no trabalho; no entanto, há uma escassez desse tipo de técnicos treinados nos Centros Civis de Treinamento Aeronáutico (CIAC), que tem os próprios sindicalistas como treinadores.
De acordo com o relatório, não houve mais promoções dos controladores de tráfego aéreo por três anos. Em fevereiro deste ano, os estudantes do CIAC pediram ao então ministro dos Transportes, Juan Silva, que realizasse uma auditoria porque, entre outras coisas, 30% dos estudantes haviam sido reprovados devido a interrupções decorrentes da pandemia.
“Não temos interesse em não mais controladores, pelo contrário”, diz o secretário-geral do sindicato.
Enquanto isso, Jorge Perlacios, presidente do conselho de administração da Corpac, disse ao Punto Final que na última aula havia cerca de 33 alunos e quase 20 deles foram reprovados.
“A questão do tráfego aéreo requer reengenharia. Precisamos de mais controladores de tráfego aéreo. (...) Os instrutores são sindicalizados”, disse Jorge Perlacios.
RELATÓRIOS
Por outro lado, no domingo, ele mostrou um áudio em que o secretário-geral do sindicato dos controladores de tráfego aéreo, Víctor Zavaleta, na noite de quarta-feira, dia 13, poucas horas antes da greve, propôs que não deveria haver um único piquete ou controlador trabalhando no país porque ele poderia não se encontrar com nenhum oficial da Corpac.
“Se esse vai ser o acordo, o que temos que decidir agora é se vamos radicalizar essas medidas e entrar em greve por tempo indeterminado e desta vez não deixamos piquete, não deixamos nada”, diz em áudio.
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