O primeiro-ministro australiano alertou que a construção de uma base militar chinesa nas Ilhas Salomão é “uma linha vermelha”

Scott Morrison, em uma conferência de imprensa, disse que a preocupação com esse assunto é compartilhada com o governo dos Estados Unidos.

Australian incumbent Prime Minister Scott Morrison speaks during the first leaders' debate of the 2022 federal election, at the Gabba sports stadium, in Brisbane, April 20, 2022. AAP/ Jason Edwards via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. NO RESALES. NO ARCHIVE. AUSTRALIA OUT. NEW ZEALAND OUT. NO COMMERCIAL OR EDITORIAL SALES IN NEW ZEALAND. NO COMMERCIAL OR EDITORIAL SALES IN AUSTRALIA.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, alertou que a construção de uma base militar pela China nas Ilhas Salomão, no quadro do acordo de segurança assinado com Pequim, seria uma “linha vermelha” já contemplada pelos países regionais e também pelos Estados Unidos.

“Esta é uma preocupação compartilhada, não só para a Austrália, é a Austrália e os governos regionais, particularmente lugares como Fiji e Papua Nova Guiné”, disse ele, acrescentando que, ao trabalhar em conjunto com parceiros, eles compartilham a mesma linha vermelha expressa anteriormente por Washington, conforme relatado pela ABC.

Morrison, que discursou em conferência de imprensa este domingo na cidade de Darwin, disse que a determinação em impedir a construção de uma base naval chinesa na ilha não é apenas partilhada pelos Estados Unidos, mas também pelo primeiro-ministro do país, Manasseh Sogavare.

No entanto, o primeiro-ministro permaneceu em silêncio sobre as perguntas dos jornalistas sobre quais ações eles tomariam se tal possibilidade surgisse, conforme relatado pela agência de notícias Bloomberg.

Na sequência destas declarações, o porta-voz da defesa da oposição, Brendan O'Connor, informou que solicitará um briefing ao Governo australiano sobre o que faria se a China cruzasse esta “linha vermelha”.

“Precisamos ser informados sobre o que o governo está contemplando além desses termos. As palavras usadas (por Morrison) obviamente soam relativamente exageradas”, apontou Labor em entrevista, conforme noticiado no jornal 'Canberra Times'.

China e Ilhas Salomão assinaram um controverso acordo de segurança visto com suspeita tanto pela vizinha Austrália quanto pelos Estados Unidos, que alertou que o pacto abre as portas para um hipotético envio de tropas chinesas no arquipélago.

Neste momento crítico, os Estados Unidos e as Ilhas Salomão concordaram em iniciar um diálogo estratégico de alto nível com o objetivo de “melhorar a comunicação, abordar preocupações mútuas e impulsionar o progresso prático”.

A ministra das Relações Exteriores australiana, Marise Payne, denunciou a “falta de transparência” em torno deste acordo, mesmo que o primeiro-ministro Sogavare tenha insistido que seu governo nunca autorizaria a construção de uma base militar chinesa.

Além da preocupação de Camberra está a de Washington, que, pela boca do porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, alertou que “tal acordo poderia aumentar a desestabilização dentro das Ilhas Salomão e abrir um precedente preocupante para a região do Indo-Pacífico”.

(Com informações da Europa Press)

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