Nelson Montaños, ex-combatente das FARC que assinou o Acordo de Paz como menor, assassinado em Cauca

O Indepaz pede ao Governo que atue perante a violência sofrida pelos signatários do acordo. Dados do instituto mostram que 17 ex-militantes das FARC foram mortos até agora este ano

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La Justicia para la Paz emitió un auto después de que la ONU pidiera este jueves a Colombia más avances en la seguridad de los exmiembros de la guerrilla desarmados en el marco del Acuerdo de Paz firmado con el Gobierno en 2016, después de que 2020 cerrara con el asesinato de al menos 73 antiguos combatientes. EFE/Leonardo Muñoz/Archivo
La Justicia para la Paz emitió un auto después de que la ONU pidiera este jueves a Colombia más avances en la seguridad de los exmiembros de la guerrilla desarmados en el marco del Acuerdo de Paz firmado con el Gobierno en 2016, después de que 2020 cerrara con el asesinato de al menos 73 antiguos combatientes. EFE/Leonardo Muñoz/Archivo

Um novo signatário do Acordo de Paz foi assassinado em Cauca em 24 de abril. A vítima foi identificada como Nelson David Montaños Márquez, conhecido como Negro Luis, de 23 anos, que teria assumido o processo de reintegração enquanto ele ainda era menor de idade. Nos últimos anos, o jovem desempenhou um papel ativo na construção da paz, então, para dissidentes e outros grupos subversivos, ele era visto como uma ameaça, e é por isso que aparentemente foi morto.

Segundo informações oficiais, Montaños foi morto à meia-noite deste domingo, quando estava em um estabelecimento público na área urbana do município de Miranda. Homens armados chegaram lá e o interceptaram e dispararam vários tiros contra ele.

Montaños estava na mira de subversivos que operavam na área porque estava realizando um processo de reintegração bem-sucedido. O jovem foi acompanhante do esquema coletivo do Espaço Territorial de Treinamento e Reincorporação (ETCR) de Monterredondo e foi membro do sindicato nacional Memoria Viva.

Até o momento, nenhum responsável foi identificado, mas não está descartado que ele fosse um dos grupos armados que operam em Cauca. Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), os dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), do Exército de Libertação Nacional (ELN), das Forças de Autodefesa Gaitanistas da Colômbia (AGC), também conhecidas como Clã do Golfo, Exército de Libertação Popular (EPL) e do grupo de drogas paramilitares Eagles Negras.

O Indepaz concorda com a declaração de Timochenko e garante que o Governo é responsável por esta escalada de violência e pelo aumento do número de signatários assassinados do Acordo. O centro de pesquisa argumenta que a Ouvidoria emitiu vários alertas expondo a situação violenta em Cauca e, no entanto, nenhuma medida foi tomada para proteger as ex-FARC.

A entidade sustenta que a falta de garantias produz desconfiança entre os reintegrados e isso, por sua vez, gera uma sensação de insegurança em todo o espaço territorial, o que faz com que os signatários tomem a decisão de deixar o local e solicitar a transferência. O Indepaz sustenta que isso está se repetindo e o governo até agora não conseguiu entregar uma solução.

O Indepaz destaca que é necessário que o Governo atue diante da violência sofrida pelos signatários do acordo. Dados do instituto mostram que, até agora este ano, 17 ex-combatentes das FARC foram mortos e, desde que o Acordo de Paz foi assinado em 2016, 316 foram mortos.

Neste contexto, o Tribunal Constitucional realizará uma audiência pública a partir das 8h da quinta-feira, 28 de abril, para estudar medidas que protejam os ex-combatentes e líderes sociais do país. Essa chamada veio como uma resposta a nove tutelas trazidas por 18 cidadãos que afirmam que o Estado está permitindo que seus direitos sejam violados.

De acordo com os queixosos, o Governo e as instituições do Estado não cumpriram sentenças anteriores que buscavam proteger a vida dos defensores dos direitos humanos. Entre as irregularidades está que a Unidade Nacional de Proteção (UNP) não forneceu a todos os ativistas o esquema de proteção, e outros, embora o Estado tenha fornecido o esquema a eles, disseram que isso não foi suficiente.

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