O trágico caso de Debanhi Escobar, a jovem de 18 anos encontrada morta na cisterna de um motel em Nuevo León, destacou, mais uma vez, a delicada situação do México em relação aos assassinatos e desaparecimentos de mulheres.
O caso foi visto como uma amostra da dupla crise de violência de gênero e desaparecimentos no México, onde mais de 10 mulheres são assassinadas por dia e há mais de 99.000 pessoas deslocalizadas desde 1964, de acordo com dados do próprio governo mexicano.
No entanto, a maioria das mulheres desaparecidas ou assassinadas no país não atinge o mesmo nível de mídia e o impacto que o caso Debanhi Escobar teve nos últimos dias.
Em Nuevo León, o estado onde Debanhi morreu, houve uma onda de desaparecimentos com pelo menos trinta mulheres ainda deslocalizadas.
Yolanda Martinez, 26, desapareceu desde 31 de março depois de ser vista pela última vez na colônia Constituyentes de Querétaro em San Nicolás, Nuevo León.
De acordo com as declarações de seu pai, Gerardo Martínez, a última coisa que se sabia sobre as atividades de Yolanda era que ela ficava para dormir na casa da avó em San Nicolás e de lá foi procurar trabalho.
Seu pai alegou que Yolanda estava interessada em um pedido de emprego, mas disse que não sabia se a empresa estava localizada na região de San Nicolás ou se estava localizada em outra região.
Na Baja California, Jessica Durán, de 31 anos, é procurada pela família. A última vez que ela foi vista foi terça-feira, 19 de abril, às 10h, quando pegou um táxi com um motorista que conhecia e que a levou ao bar “El Tropical”, localizado no norte de Tijuana.
Aparentemente, Jessica entrou no estabelecimento, mas essa era a última coisa que sua família sabia sobre ela. Desde então, seu telefone foi desligado.
No município de Nezahualcóyotl, Estado do México, em 8 de abril, Mitzy Tonanzin López Cruz, aluna do Colégio Oriental de Ciências e Humanidades (CCH) da UNAM, foi vista pela última vez em 8 de abril, quando saiu para estudos de rotina em um laboratório e não voltou mais.
Paola Yazmín Molina, de 15 anos, não é vista desde 17 de abril. O último lugar onde ela foi vista foi em sua casa na subdivisão de San Vicente de Mérida, Yucatán, sem qualquer informação sobre a data de seu paradeiro.
Diana Laura Rangel Chávez, aluna da Faculdade de Ciências e Humanidades, campus de Naucalpan, é o nome de uma jovem cujo paradeiro ainda é desconhecido.
Já se passaram sete dias desde que ela deixou sua casa em 17 de abril e até agora ela não se sabe sobre ela. Segundo informações de seus parentes, Diana saiu de casa por volta do meio-dia do último domingo e estava indo para o Bellas Artes, um emblemático local cultural, localizado no Centro Histórico da Cidade do México, mas nunca mais voltou.
De acordo com o Alerta Âmbar do México, nada se ouviu sobre Diana Laura Rangel, 17 anos e originária do Estado do México; nem sobre Yessica Hernandez Hernandez, 16 anos e San Luis Potosí; nem sobre Diana Hernandez Martínez, 13 anos; nem sobre Liliana Hernández Martínez, 17 anos; e Laura Brigitte Gonzalez Amador, 16 anos.
Neste domingo, coletivos feministas marcharam na Cidade do México para exigir justiça para os casos de feminicídio que causaram grande indignação entre os cidadãos.
De acordo com a Secretaria Executiva do Sistema Nacional de Segurança Pública (SESNSP), os estados com maior número de feminicídios acumulados em 2021 foram o Estado do México (Edomex) com 132, seguido por Jalisco e Veracruz com 66 casos, ambas entidades; Cidade do México (CDMX ) registrou 64 assassinatos de mulheres com base em gênero e Nuevo León 57.
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