O debate começou em 20 de abril, quando Gustavo Petro falou em sua conta no Twitter sobre a morte de sete soldados após um ataque do Clã do Golfo no município de Frontino, no oeste de Antioquia.
“Enquanto os soldados são mortos pelo clã do Golfo, alguns dos generais estão na folha de pagamento do clã. O topo está corrompido quando são os políticos do narcotráfico que acabam promovendo os generais”, disse o líder político.
Essas declarações despertaram o desconforto do comandante do Exército, general Eduardo Zapateiro, que lhe respondeu com um fio de seis mensagens. “Não há ninguém que machuque a morte de um soldado mais do que aqueles de nós que usam a camuflagem”, disse ele em primeira instância, acrescentando uma figura dos militares que perderam a vida no meio de suas funções no ano passado.
Em seguida, Zapateiro disse a Petro que ele “não usa sua investidura (inviolabilidade parlamentar) para tentar politizar com a morte de nossos soldados”. Ele concluiu afirmando: “Eu não vi nenhum general na televisão recebendo dinheiro ilícito. Os colombianos viram você receber dinheiro em um saco de lixo.”
Esse primeiro cruzamento de mensagens trouxe consigo todo tipo de reações de vários setores políticos, muitos dos quais criticaram Zapateiro por supostamente participar da política, aspecto proibido aos servidores públicos pela Constituição Política Colombiana. No artigo 219, a carta magna afirma que “os membros das forças de segurança não podem exercer a função de sufrágio enquanto estiverem na ativa, nem podem participar de atividades ou debates de partidos ou movimentos políticos”.
Em entrevista coletiva, quando Petro foi questionado sobre as palavras do general do Exército, ele disse que não o nomeou em sua mensagem inicial, então ele não entendeu “por que ele se sente aludido”. Outros candidatos presidenciais, como Sergio Fajardo e Rodolfo Hernández, também discordaram da posição de Zapateiro.
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Alguns dias depois do ocorrido, o comandante do Exército reapareceu e falou sobre a importância de deixar “ensinamentos” nas instituições. “No final, o que realmente resta? Os ensinamentos. Nada mais. E nisso eu sempre cuido de mim, para dar o exemplo e ensinar”, disse ele em diálogo com Semana.
Nesse sentido, o membro das forças de segurança sustentou que ele educou várias gerações sobre suas posições:
“Então eu nunca vou embora, porque eles seguirão o legado... foi isso que defendi com honra”, concluiu Zapateiro.
A posição do general foi endossada por Federico Gutiérrez, candidato à Casa de Nariño da Equipe para a Colômbia: “Há aqueles que desapareceram instituições, há aqueles que desprezam a democracia e há aqueles que desaparecem nossas forças públicas, pelo contrário, eu lhe envio todo o meu apoio, solidariedade e gratidão.”
Na mesma linha estava o ex-presidente Álvaro Uribe, que, sem se referir diretamente a Petro ou General Zapateiro, reagiu às declarações de ambos que alimentaram a polêmica nas últimas horas: “As Forças Armadas protegem igualmente as de uma orientação política e outra, cada membro arrisca a vida e a família, não são deliberativas, mas têm todo o direito de defender sua honra”.
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