Votação na França: as assembleias de voto começaram a fechar e a contagem começa

Na maior parte do país, a votação acabou, mas as grandes cidades têm mais uma hora para votar. Emmanuel Macron e Marine Le Pen disputam a presidência

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FILE PHOTO: Candidates for the 2017 presidential election, Emmanuel Macron (R), head of the political movement En Marche !, or Onwards !, and Marine Le Pen, of the French National Front (FN) party, pose prior to the start of a live prime-time debate in the studios of French television station France 2, and French private station TF1 in La Plaine-Saint-Denis, near Paris, France, May 3, 2017.    REUTERS/Eric Feferberg/Pool/File Photo
FILE PHOTO: Candidates for the 2017 presidential election, Emmanuel Macron (R), head of the political movement En Marche !, or Onwards !, and Marine Le Pen, of the French National Front (FN) party, pose prior to the start of a live prime-time debate in the studios of French television station France 2, and French private station TF1 in La Plaine-Saint-Denis, near Paris, France, May 3, 2017. REUTERS/Eric Feferberg/Pool/File Photo

A segunda volta entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen entrou numa fase decisiva: as assembleias de voto já foram fechadas na maior parte da França, só nas grandes cidades ainda há votação e o escrutínio começou.

Segundo dados do Ministério do Interior, a participação no segundo turno chegou a 63,23% às 17 horas, dois pontos a menos que em 2017 (65,3%). Esse número também representa uma diminuição de quase dois pontos em relação à participação ao mesmo tempo no primeiro turno (65%).

Como em 2017, os 49 milhões de franceses tiveram que escolher entre o atual presidente e o candidato de direita. No entanto, cinco anos depois, a França não é o mesmo país: os protestos sociais marcaram a primeira metade do mandato de Macron, uma pandemia global confinou milhões de pessoas, e a ofensiva russa na Ucrânia abalou duramente o continente europeu.

A guerra às portas da União Europeia (UE) sobrevoou a campanha, embora a principal preocupação dos franceses fosse seu poder de compra, em um contexto de aumento dos preços da energia e dos alimentos.

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Além de escolher entre dois modelos de sociedade, os eleitores têm em suas mãos escolher o lugar no mundo que desejam para essa potência econômica e nuclear até 2027, uma decisão que pode envolver mudanças nas alianças se Le Pen vencer.

A herdeira da Frente Nacional propõe inscrever a “prioridade nacional” na Constituição, excluir estrangeiros da assistência social, e defende o abandono do comando integrado da OTAN e a redução das competências da UE.

O presidente cessante, em vez disso, defende mais Europa, seja em questões econômicas, sociais ou de defesa, e recuperando seu ímpeto reformista e liberal, com sua proposta emblemática de atrasar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos, o que em 2020 já criou protestos maciços.

“Entre a peste e a cólera, devemos fazer a escolha certa”, disse Pierre Charollais, um aposentado de 67 anos em Rennes (oeste), defendendo um “voto responsável” num contexto “particular” por causa da guerra na Ucrânia e da presidência francesa da UE.

Todas as pesquisas preveem uma vitória para o atual presidente, embora com uma diferença muito menor do que ele alcançou em 2017, quando dobrou o rival em votos (66,1% contra 33,90%).

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Agora, as últimas pesquisas publicadas na sexta-feira deram a ele o vencedor com uma faixa entre 53,5% e 57,5% dos votos, embora o número de indecisos seja alto. Além disso, espera-se uma alta taxa de abstenção, que pode ser ainda maior do que no primeiro turno, quando um em cada quatro registrados no censo não foi às urnas.

Ao contrário do que ele fez no início da campanha, Macron para esta segunda rodada estava totalmente envolvido e conseguiu expandir o colchão em relação a Le Pen, de acordo com essas pesquisas.

O presidente, que aspira ser o primeiro a revalidar o mandato sem ter tido uma coabitação (um governo de cor política diferente da sua), tem alertado nos últimos dias para o risco de excesso de confiança, o que pode resultar numa surpresa que tenha comparado com a do referendo do Brexit em 2015 no Reino Unido ou a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos no ano seguinte.

Na última quinzena, ele se esforçou para destacar os riscos envolvidos na eleição de Le Pen, que em sua opinião fraturaria a sociedade francesa com seus ataques a imigrantes ou com seu projeto de proibir o véu islâmico nas ruas, e que implicaria a saída da França da União Europeia, porque daria prioridade à legislação nacional sobre a Comunidade e reduziria a contribuição da Gala para o orçamento.

A candidata de extrema-direita também tem jogado o ataque, com duras acusações do plano de Macron de atrasar a idade de aposentadoria para 65 anos e criticando sua atitude “arrogante” e “altiva”.

Ela já se apresentou como porta-voz do povo, defendeu seus cortes de impostos sobre combustíveis e cem commodities para combater a inflação, e prometeu proteger os franceses contra a globalização, ao contrário de sua rival, a quem acusa de ser “a candidata das elites”. Uma estratégia que o colocou mais perto do que nunca da vitória, mas segundo as pesquisas ainda abaixo de 50% dos votos.

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