Parabéns da Venezuela à Nicarágua pelo “triunfo” contra a Colômbia na decisão de Haia

O ministro das Relações Exteriores do país vizinho, Felix Plasencia, saudou a decisão final da Corte Internacional de Justiça na disputa por direitos no Mar do Caribe

Na última quinta-feira, a Corte Internacional de Justiça de Haia (TIJ) decidiu a favor da Nicarágua na disputa com a Colômbia sobre os direitos no Mar do Caribe. Com 10 votos a favor e cinco contra, o principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas (ONU) determinou que o país do 'café' violou a “soberania e jurisdição” da nação centro-americana em sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE).

Portanto, tendo recebido uma votação de 9 a 6, o tribunal declarou que a Colômbia deveria “cessar imediatamente tal conduta”, porque interferia “nas atividades de pesca e pesquisa marítima e na pesquisa de embarcações nicaraguenses”, apontou a decisão. A esse respeito, a Corte também instou o país a não “agir de forma errada” ao permitir que os pescadores entrem nas águas da Nicarágua.

Essa disputa remonta a 26 de novembro de 2013, sobre uma ação movida pela Nicarágua argumentando que a Colômbia não havia cumprido a decisão de 19 de novembro de 2012, na qual a Colômbia perdeu quase 75.000 quilômetros quadrados de mar.

Especialistas disseram que, ao contrário do que aconteceu na decisão de 2012, o país terá a oportunidade de se sentar e negociar com a Nicarágua para determinar, por exemplo, a extensão das atividades de pesca que podem ser realizadas pelas comunidades de raiz.

No entanto, em meio ao debate, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Felix Plasencia, postou uma mensagem neste sábado em sua conta no Twitter na qual saudou a decisão do TIJ: “Em nome do presidente Nicolás Maduro e do povo da Venezuela, parabenizamos o povo nicaraguense pela decisão do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), que ratifica o pleno gozo de seu território marítimo caribenho e zona econômica exclusiva”.

Nesse sentido, Plasencia destacou que este é um “triunfo” no qual os direitos de uma nação que promove relações de respeito são reconhecidos.

“Um triunfo que reconhece a soberania e os direitos de uma nação que não se rende, que luta pela defesa dos seus ideais e pela consolidação de uma ordem que promova relações de respeito e que contribuam para a promoção da paz, da unidade e da compreensão”, disse o venezuelano oficial.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, também comentou sobre a decisão, argumentando que era um “julgamento final, definitivo e obrigatório em que ele concordou com a Nicarágua, confirmando que a Colômbia implementou uma política de Estado que violou a jurisdição e os direitos soberanos de Nicarágua”.

Um dos pontos que a nação centro-americana também havia discutido em audiências anteriores foi que a Marinha colombiana patrulhava águas estrangeiras, assediando barcos de pesca locais e protegendo missões que chegavam das costas sul-americanas. No entanto, o presidente Iván Duque disse ao público queem nenhum caso a presença da Marinha é uma ameaça do uso da força como a Nicarágua pretendia desde o início do processo, esse pedido foi rejeitado”.

Da mesma forma, o presidente colombiano garantiu que seu governo não permitirá que a Nicarágua limite os direitos de seu país no Mar das Caraíbas, nem os da comunidade raizal do arquipélago de San Andrés e Providencia. “A Corte não aceitou a alegação da Nicarágua de que a Colômbia deveria ser condenada a pagar uma indenização, mas também rejeitou a alegação daquele país de que o caso deve permanecer aberto até que a Colômbia garanta o cumprimento da sentença de 2012", disse ele após ouvir a decisão.

Por enquanto, o país fechou as portas para uma negociação com a Nicarágua “pelo menos enquanto eu for o presidente da Colômbia”, disse Duque à mídia. O chefe de Estado argumentou que Daniel Ortega é “um ditador”.

*Com informações da EFE

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