Papa pediu coragem para todos defenderem a paz na Ucrânia

Francisco falou e disse que “é triste que as armas estejam tomando o lugar da palavra” e reiterou o “apelo a uma trégua pascal, um sinal mínimo e tangível de uma vontade de paz”.

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Pope Francis presides over a Holy Mass to mark the feast of Divine Mercy at the Vatican April 24, 2022. REUTERS/Remo Casilli
Pope Francis presides over a Holy Mass to mark the feast of Divine Mercy at the Vatican April 24, 2022. REUTERS/Remo Casilli

O Papa Francisco pediu hoje coragem para que todos defendam a paz na Ucrânia e apelou aos líderes políticos, sem nomear diretamente nenhum, nem o presidente russo Vladimir Putin, para ouvirem as pessoas que querem o fim do conflito.

“Peço a todos que orem pela paz e tenham a coragem de dizer que a paz é possível. Que os líderes políticos escutem, por favor, a voz das pessoas que querem a paz e não uma escalada do conflito”, disse Jorge Bergoglio, após a oração de Regina Coeli, que substitui o Angelus durante o período pascal.

Francisco destacou que este domingo várias igrejas orientais, católicas e ortodoxas comemoram a Ressurreição de Jesus e lembrou que também se passaram dois meses desde o início da invasão de Moscovo na Ucrânia.

“Longe de parar, a guerra se intensificou. É triste que nestes dias, que são os mais sagrados e solenes para todos os cristãos, o barulho mortal das armas seja ouvido mais do que os sinos anunciando a Ressurreição. E é triste que as armas estejam tomando o lugar da palavra”, lamentou.

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“Reitero o apelo a uma trégua pascal, um sinal mínimo e tangível de um desejo de paz”, acrescentou.

O papa recusou-se a viajar para a capital ucraniana, Kiev, já que embaralhava como sinal contra a guerra, nem se encontrará com o patriarca ortodoxo russo Kiril, que justificou a invasão da Ucrânia pela Rússia e com quem o pontífice tem uma “relação muito boa”.

Ele disse isso em uma entrevista ao jornal La Nación publicada na sexta-feira, na qual disse que não pode “fazer nada que ponha em risco objetivos mais elevados, que são o fim da guerra, uma trégua ou, pelo menos, um corredor humanitário”.

No início deste domingo o papa também proferiu uma homilia em uma missa para o segundo domingo de Páscoa, que ele foi no entanto incapaz de presidir por causa de seus problemas no joelho, e permaneceu sentado ao lado da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

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“Lembremo-nos do perdão e da paz que recebemos de Jesus. Vamos colocar a memória do abraço e das carícias de Deus antes de nossos erros e nossas quedas. Dessa forma, alimentaremos a alegria”, disse o pontífice em sua homilia.

Ordem de ZelenSky

O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, convocou a imprensa internacional para uma conferência na qual Infobae participou e consultou sobre o papel do Papa Francisco no conflito, criticado há algumas semanas por sua recusa em condenar diretamente a Rússia. “Quero que o Papa Francisco venha a Kiev para destrancar os corredores humanitários em Mariupol”, garantiu à Infobae.

Infobae em Kiev: Zelensky falou sobre o Papa Francisco

“Essa é exatamente a solicitação que fizemos a você. Existem alguns sinais, mas estamos esperando. Estamos esperando por ele porque ele tem uma missão atribuída pelo Senhor e muitas pessoas confiam nele”, disse o presidente ucraniano.

De acordo com Zelensky, toda vez que Francisco ora ou fala sobre a dramática situação dos ucranianos, ele está expressando seu apoio. “Sou grato por isso”, acrescentou.

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“Eu gostaria que o Papa pudesse vir a Kiev. Nos conhecemos no passado. Peço seu apoio para ajudar no Mariupol sitiado e para um cessar-fogo que salva vidas”, insistiu na pergunta de Infobae sobre se ele havia falado com Francisco.

Zelensky não revelou, no entanto, se ele falou com Francisco desde que a Rússia começou sua ofensiva, mas ele disse que o conhece. “Acho que ele deve lutar por cada pessoa”, disse.

(com informações da EFE)

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