Minsa diz que a vacinação da quarta dose com a Moderna foi feita “dentro da margem de segurança”

O Ministério da Saúde havia administrado uma dose de 100 microgramas, em vez da dose recomendada de 50 microgramas. Mesmo assim, afirmaram que ambos têm estudos de segurança.

Personal de la salud se prepara para aplicar varias vacunas contra la covid-19. EFE/ Mauricio Dueñas Castañeda/Archivo

Autoridades do Ministério da Saúde (Minsa) realizaram uma coletiva de imprensa, onde defenderam a dose de 100 microgramas que eles aplicaram da vacina Moderna como a quarta dose. Eles apontaram que a quantidade administrada estava dentro da margem de segurança.

Você não está assumindo riscos, está colocando a dose dentro da margem de segurança. Arriscar alguém é mudar a dose ou ir para uma dose tóxica que seria maior que a convencional. Além disso, todos os países que começaram a vacinar com a Moderna o fizeram com 100 microgramas na primeira e na segunda doses”, explicou Alexis Holguín, Diretor Geral da DGIESP.

O responsável explicou que, no caso das vacinas da Moderna, poderiam ser aplicados 100 e 50 microgramas. Em alguns países, teria aplicado o primeiro para pacientes imunossuprimidos, aqueles mais expostos a efeitos graves da doença. Nesse sentido, o que Minsa teria feito é considerar o pessoal de saúde como uma população altamente exposta ao vírus e, além disso, como foi a primeira vez que a vacina foi aplicada neste laboratório, eles decidiram aplicar os 100 microgramas.

Nesse sentido, eles não consideram esse fato um erro e afirmam que ambas as doses têm estudos de segurança e eficácia.

“Tivemos vacinas contra COVID-19 de diferentes tipos, onde os tipos de doses também mudam. No caso desta vacina (Moderna) existem dois tipos, o de 50 microgramas e 100 microgramas — ambos têm estudos de segurança e eficácia”, disse. Ele então explicou que doses de 100 microgramas, de acordo com os regulamentos de saúde pública, poderiam ser administradas na primeira, segunda dose e em pacientes imunossuprimidos”, explicou.

“Dado que nossa população não recebeu a primeira ou a segunda dose com esse tipo de vacina, é considerada um grupo especial, bastante exposto ao COVID-19, como o pessoal de saúde”, acrescentou.

Em seguida, Holguín disse que eles decidiram mudar a dose quando receberam o relatório de que os efeitos colaterais da vacina, mal-estar e febre, estavam sendo maiores.

“Temos um relatório de vigilância ativa (e) começamos a mencionar um maior número de dores, um maior número de febres, doenças. Portanto, uma nova reunião é realizada para especificar a dose dessa quarta dose”, explicou.

Dessa forma, foi relatado que a dose para vacinação da quarta dose com a vacina Moderna será de 50 microgramas e que 50 mil pessoas já receberam a dose completa, sendo a maioria de pessoal de saúde.

Alexis Holguín, diretor-geral do DGIESP, disse que as doses administradas eram seguras. | VÍDEO: Canal N

No último sábado, ficaram conhecidas as alegações dessa suposta negligência com a administração da quarta dose de COVID-19, o que gerou efeitos adversos mais graves em idosos e pessoal médico imunizado.

Algumas das queixas relatadas foram dor de cabeça, diarréia, vômitos, mialgia, artralgia e mal-estar geral.

De acordo com especialistas, Minsa deveria ter administrado desde o início 50 microgramas do produto, não o dobro (100 microgramas).

Sobre esse fato, Raúl Urquizo, reitor da Faculdade de Medicina do Perú, se reuniu com o comitê de especialistas para avaliar o que aconteceu e tomar medidas preventivas. Ele disse que Minsa não havia se comunicado com o comitê antes da implementação desse reforço.

“Na quarta, quinta e sexta-feira a vacinação da quarta dose foi realizada na Faculdade de Medicina. Na quinta-feira, começamos a ver alguns efeitos adversos um pouco mais visíveis nos vacinados. Começamos a procurar informações e percebemos que a dose não era o que pensávamos que estavam aplicando a nós, era o dobro”, disse Urquizo ao El Comercio.

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