Gabinete do Provedor de Justiça reforça treinamento para a Esmad sobre direitos humanos

O órgão autônomo espera que, com esses espaços de aprendizagem, haja convivência pacífica em espaços de protesto.

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Foto de archivo. Un miembro del Escuadrón Móvil Antidisturbios (ESMAD) de la Policía Nacional dispara una gas lagrimógeno para dispersar a un grupo de manifestantes en Bogotá, Colombia, 28 de abril, 2021.  REUTERS/Luisa González
Foto de archivo. Un miembro del Escuadrón Móvil Antidisturbios (ESMAD) de la Policía Nacional dispara una gas lagrimógeno para dispersar a un grupo de manifestantes en Bogotá, Colombia, 28 de abril, 2021. REUTERS/Luisa González

A Ouvidoria anunciou que um grupo de membros dos Esquadrões Móveis Antimotim (Esmad) começou a receber um novo espaço de treinamento em direitos humanos para abordar manifestações sociais.

50 membros da Esmad iniciaram o treinamento sobre 'Diálogo Social e Prevenção de Conflitos' no dia 23 de abril no auditório Alfredo Molano Bravo, na sede nacional da entidade. “Isso se soma às atividades de treinamento em andamento nas ouvidorias regionais destinadas a membros da Esmad e outras unidades da Polícia Nacional”, explicou o órgão autônomo em um comunicado à imprensa.

O Provedor de Justiça, Carlos Camargo, afirmou que “esse exercício de formação representa um avanço significativo nos processos de educação em direitos humanos”. Além disso, visa fortalecer as capacidades dos membros das forças de segurança em “cenários tão complexos quanto protestos”.

O funcionário também indicou que a entidade — que tem foco em direitos humanos — trabalha para “garantir o respeito a todos os direitos dos cidadãos, entre os quais o protesto pacífico”, disse Camargo. O Gabinete do Provedor de Justiça espera que a coexistência pacífica possa ser alcançada nestes cenários.

Segundo a entidade, a atividade em que o pessoal uniformizado participou oferece conhecimento dos fundamentos conceituais e práticos do diálogo social. Também fortalece suas capacidades de agir em conformidade com as obrigações do Estado em situações de conflito, “o que pode resultar em atos de violência e violações dos direitos humanos”.

Deve-se lembrar que os 50 membros da Esmad que participaram do diálogo são responsáveis por multiplicar o treinamento do pessoal uniformizado da Esmad em nível nacional.

Outros esforços do Gabinete do Provedor de Justiça

Em 2021, o órgão autônomo realizou um curso virtual de 28 horas com 40 instrutores da Esmad de todas as regiões do país sobre o conteúdo e o alcance do direito à manifestação pacífica. Naquela ocasião, eles se concentraram nas obrigações do Estado de proteger e garantir os direitos humanos e aqueles que correspondem às forças de segurança, ao próprio escritório e ao público.

As seguintes atividades de treinamento estão programadas para o segundo semestre de 2022: incorporação e observância da abordagem diferencial baseada em gênero no desempenho das forças de segurança; incorporação e observância da abordagem diferencial baseada na identidade étnica no desempenho da segurança forças; e segunda coorte para o treinamento de treinadores.

É importante ressaltar que esses treinamentos estão sendo realizados por despacho emitido pelo Supremo Tribunal de Justiça em 2020, por meio do acórdão STC 7641. Este documento estipula que o Gabinete do Provedor de Justiça deve rever os currículos e os programas de formação da Polícia Nacional. “Desde esse mesmo ano, a instituição nacional de direitos humanos iniciou atividades de capacitação, com os membros da Esmad, sobre o direito à manifestação pacífica”, comentou o órgão autônomo.

A sentença veio após denúncias de cidadãos durante a greve nacional de 2021 em que afirmaram que as forças públicas estariam cometendo abusos. De fato, em 24 de abril, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) fez um balanço dos principais números, que foram registrados entre 28 de abril e 15 de julho de 2021.

Segundo o Indepaz, 83 homicídios foram cometidos no contexto da greve nacional; no entanto, o dado de grande preocupação é que, em pelo menos 44 deles, a autoria teria sido realizada pelas forças públicas. Além disso, foi registrado que 35 pessoas foram vítimas de violência sexual pelas mesmas autoridades, de acordo com a ONG Tremores.

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