O presidente Pedro Castillo provocou uma discussão acalorada depois de anunciar que apresentará um projeto de lei ao Congresso que buscará consultar a população sobre a necessidade de convocar um Assembleia Constituinte. As posições a favor e contra têm sido muito claras por parte de vários grupos políticos. Nesse segundo grupo está a deputada do Partido Morado, Flor Pablo, que propôs uma alternativa que também forçaria a população a retornar às urnas.
“Mitigar os efeitos da crise econômica e recuperar a governança do país deve ser uma prioridade. Este não é o momento para consultas para uma nova Constituição”, lê-se em um post da deputada por meio de suas redes sociais. Pablo tem sido um crítico do governo de Pedro Castillo após os primeiros meses de seu mandato, pois no início ela e seu grupo procuraram manter uma certa proximidade; no entanto, as diferenças se tornaram perceptíveis ao longo dos meses.
Como alternativa à proposta do presidente Castillo, a deputada Pablo acredita que “é hora de avançar as eleições, seguindo a reforma política e eleitoral com novas regras do jogo”. Ele comentou no Twitter, rede na qual já havia mencionado a medida para se livrar da crise que está passando tanto pelo Executivo quanto pelo Legislativo, já que ambos têm taxas de aprovação muito baixas nas pesquisas.
“Devemos fazer uma reforma constitucional sobre a questão política eleitoral nesta legislatura, dar legitimidade a essas emendas num referendo, espero que em novembro tenhamos eleições municipais e regionais. E que a renúncia venha com a reforma, com a sucessão democrática e com novas eleições. É isso: estamos todos indo. Eu me incluo porque não se trata de nossas posições, é sobre tornar o país viável, dando-lhe estabilidade para cuidar de pessoas que estão com fome hoje”, disse Pablo ao La República há algumas semanas.
INSISTA NA MEDIDA
Desde o anúncio da apresentação do projeto de lei pelo presidente Pedro Castillo, a viabilidade de sua proposta foi discutida, mas também surgiram dúvidas sobre o processo. Por sua vez, o ministro da Cultura, Alejandro Salas, disse que “tudo estará nas mãos do Congresso. Ninguém deve se assustar quando são os eleitores do país que terão que decidir o que querem”. No entanto, dadas as posições anunciadas durante as últimas horas, acredita-se que o rascunho a ser apresentado não vai além da Comissão de Constituição, equipe de trabalho para propor à sessão plenária projetos relacionados ao assunto.
“Se nem tudo ganha continua o mesmo e a Constituição de 93 não é alterada. Se o Sim vencer, só serão convocadas eleições para escolher quem vai compor a Assembleia Constituinte para que os eleitos redigam uma nova Constituição sob regras democráticas”, explicou. Por sua vez, o presidente Pedro Castillo disse que a consulta ocorreria no mesmo dia em que as eleições regionais e municipais marcadas para outubro deste ano são realizadas. Note-se que esta não seria a primeira vez que as consultas foram combinadas na mesma data. Em uma eleição recente, houve uma consulta sobre a devolução do dinheiro aos contribuintes da Fonavi.
“Devo anunciar que vamos enviar um projeto de lei ao Congresso da República”, foram as primeiras palavras usadas por Pedro Castillo para dar a conhecer que pretendia lançar uma de suas promessas de campanha. “Seguindo o curso constitucional, para que nessas próximas eleições municipais e regionais o Congresso aprove este projeto de lei para que, por meio de uma carta, o povo peruano seja consultado se concorda ou não com uma nova Constituição”, acrescentou.
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