Comunidade rural de Mapiripan (Meta) denuncia que o Exército dinamitou suas casas em uma operação

Pelo contrário, os militares sustentam que foram encontrados insumos no local que são usados em cultivos ilícitos e crimes ambientais.

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Foto de archivo. Soldados del Ejército colombiano desembarcan de un helicóptero en una zona anteriormente ocupada por los rebeldes de las FARC, en Saiza, Colombia, 3 de febrero, 2017. REUTERS/Luis Jaime Acosta
Foto de archivo. Soldados del Ejército colombiano desembarcan de un helicóptero en una zona anteriormente ocupada por los rebeldes de las FARC, en Saiza, Colombia, 3 de febrero, 2017. REUTERS/Luis Jaime Acosta

Uma nova e séria denúncia do que seria um ataque injustificado do Exército feita no noticiário de televisão Noticias Uno pela comunidade de Unibrisas del Iteviare, na área rural de Mapiripán (Meta), depois que os militares realizarão trabalhos para recuperar uma área de reserva florestal em que eles supostamente usado, dinamite para destruir as casas que eles construíram naquela área.

Naquela notícia, eles informaram que a incursão mencionada foi realizada dentro da operação Atermisa, com a qual a Força Pública busca recuperar áreas florestais afetadas por atividades ilegais como tráfico de drogas, mineração ilegal, entre outras.

No entanto, a comunidade denuncia que houve excessos por parte dos homens uniformizados que destruíram a aldeia usando explosivos.

“Oficiais do Exército e da Polícia Judiciária, embora estivessem fazendo o procedimento, decidiram explorar ou colocar dinamite em suas casas e pontes que servem a comunidade, para que as crianças possam ir a uma escola”, disse Camilo Lombana, procurador dos afetados.

Noticias Uno indicou que se tratava de casas precárias que haviam sido erguidas por famílias de pessoas deslocadas e que no dia da operação foram destruídas com detonações causando danos ao meio ambiente, paradoxalmente em uma operação para proteger uma área de reserva florestal.

“Eles me levaram até lá perto da casa, cerca de 200 metros para ser explorada. Eles acabaram com os animais, as galinhas, os gatos que estavam lá. Eu fui lá e isso era sangue, eu acho que de animais”, disse uma testemunha do fato.

Na reportagem, eles também afirmaram que em uma das casas que iriam destruir, o explosivo não foi detonado e foi encontrado por um menor. Eles temem que uma tragédia possa ocorrer porque a carga ainda está lá.

O ambientalista Camilo Prieto, que foi consultado naquele meio de comunicação, disse que a legislação para a recuperação de áreas de reserva indica que tais elementos não devem ser usados.

“Os protocolos de destruição se concentram na eliminação, por exemplo, de máquinas usadas na mineração ilegal ou na destruição de plantações para uso ilícito, mas nunca são projetados para destruir casas de camponeses e populações vulneráveis. Esta é, sem dúvida, uma violação flagrante dos Direitos Humanos porque são os poderes do Estado lançados sobre populações altamente vulneráveis”, explicou.

Os afetados produziram um comunicado denunciando o suposto excesso de força militar e garantiram que não têm conexão com atividades ilegais. Eles acrescentaram que temem por suas vidas e que operações como a de Puerto Leguizamo (Putumayo) ocorrem, nas quais 11 pessoas que a comunidade indica serem civis morreram, mas que no Exército afirmam serem membros de um dos dissidentes da extinta guerrilha das FARC.

Sobre o assunto, naquela força militar eles responderam ao Noticias Uno que o grupo armado ilegal Arcesio Niño foi cometido no local e que havia extração de madeira indiscriminada naquela área que é uma reserva florestal. Eles reiteraram que os envolvidos em crimes ambientais foram capturados e que também apreenderam uma tonelada de uréia e outros insumos químicos usados em plantações ilícitas. Eles também encontraram foices, motosserras e uma usina de energia.

Eles acrescentaram que soldados foram enviados ao local que serão responsáveis por verificar o local onde uma das cargas explosivas foi relatada como continuando.

Esse fato é conhecido justamente quando a Human Rights Watch denunciou que na aldeia Alto Remanso, em Puerto Leguízamo (Putumayo), membros das forças de segurança se dedicaram a ameaçar e intimidar camponeses e indígenas.

Essas supostas intimidações acontecem 23 dias após a liberação da operação em que vários civis, incluindo um menor, uma autoridade indígena e uma mulher grávida, teriam sido mortos por soldados que procuravam o vulgo Bruno, um membro dos dissidentes das FARC.

De acordo com a Human Right Watch, um relatório será apresentado nos próximos dias que contará com depoimentos das pessoas do território e de fontes oficiais.

A organização de direitos humanos também criticou o relatório apresentado pela Ouvidoria, uma vez que garante que o documento não apresenta conclusões claras sobre os eventos naquela comunidade.

Recorde-se que sobre a condução da operação realizada em 28 de março, a Provedoria de Justiça alertou para a obrigação de respeitar as regras do Direito Internacional Humanitário (DIH) no que diz respeito aos princípios da precaução, distinção e proporcionalidade.

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