Desde 2014, 72 dos 193 países da ONU bloquearam ou restringiram o acesso às mídias sociais

Seis das nações são das Américas: Cuba, Nicarágua, Brasil, Colômbia, Equador e Venezuela. A ditadura de Nicolás Maduro fez isso 12 vezes desde 2019

Facebook, TikTok, Twitter, YouTube and Instagram apps are seen on a smartphone in this illustration taken, July 13, 2021. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration

Um relatório da Surfshark revelou que 72 dos 193 países das Nações Unidas bloquearam ou restringiram severamente o acesso às mídias sociais nos últimos sete anos. Os países africanos e asiáticos são os que mais bloqueiam o acesso às redes sociais, enquanto na Austrália e na Oceania não há casos de restrições.

“A prática de limitar o acesso às redes sociais é muitas vezes produto de governos antidemocráticos que buscam suprimir a liberdade dos cidadãos”, diz o relatório feito nas Nações Unidas com base em 193 países.

“O fechamento dos serviços de mídia social tornou-se uma medida cada vez mais popular por regimes opressivos para controlar o sentimento público e a liberdade de expressão. A tendência de bloquear o acesso às redes sociais é especialmente prevalente em países onde as autoridades estaduais possuem ou controlam a infraestrutura da Internet. Isso permite que as autoridades empreguem rapidamente fechamentos esporádicos para interromper os movimentos esperados do público democrático”, afirma o estudo.

Em um em cada três países, houve restrições sistemáticas nas mídias sociais desde 2015. A maioria dos cortes foi relacionada a eventos políticos ou sociais, como eleições, referendos e protestos, de acordo com o Surfshark.

Além disso, 72 dos 193 países bloquearam ou restringiram severamente o acesso às mídias sociais nos últimos sete anos. Alguns dos casos mais recentes de bloqueios ocorreram no Líbano, Cazaquistão, Irã, Rússia, Cuba, Azerbaijão, Mianmar, entre outros. A China, por sua vez, está bloqueando atualmente todas as redes sociais estrangeiras, como Twitter, Facebook e YouTube. Na verdade, a Ásia é o continente mais rigoroso quando se trata de fechar as redes sociais.

A China não tem piedade das redes sociais estrangeiras, mas tem todo um ecossistema de plataformas de mídia social baseadas na China, como WeChat, Weibo, QQ e Qzone”, afirma o relatório.

Nas Américas, seis países bloquearam as redes sociais no passado. A Venezuela o fez 12 vezes desde 2019; o Equador bloqueou o Facebook, o Twitter e o WhatsApp em 2019; o Brasil proibiu o WhatsApp em 2016; e Cuba bloqueou o Skype em 2017. Nicarágua e Colômbia também fazem parte da lista.

“As paralisações nas redes sociais e as paralisações da internet na Venezuela começaram quando Juan Guaido se proclamou presidente interino da Venezuela em 2019, após as eleições de 2018, amplamente consideradas fraudulentas”, afirma o estudo.

“Em uma tentativa de impedir a transmissão de tantos discursos de Guaidó, o governo de Nicolás Maduro bloqueou o acesso às redes sociais toda vez que Guaido ou seus associados faziam aparições públicas ou transmitiam ao vivo. Casos semelhantes foram registrados pelo menos 12 vezes em 2019″, conclui a publicação.

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