Um relatório da Surfshark revelou que 72 dos 193 países das Nações Unidas bloquearam ou restringiram severamente o acesso às mídias sociais nos últimos sete anos. Os países africanos e asiáticos são os que mais bloqueiam o acesso às redes sociais, enquanto na Austrália e na Oceania não há casos de restrições.
“A prática de limitar o acesso às redes sociais é muitas vezes produto de governos antidemocráticos que buscam suprimir a liberdade dos cidadãos”, diz o relatório feito nas Nações Unidas com base em 193 países.
“O fechamento dos serviços de mídia social tornou-se uma medida cada vez mais popular por regimes opressivos para controlar o sentimento público e a liberdade de expressão. A tendência de bloquear o acesso às redes sociais é especialmente prevalente em países onde as autoridades estaduais possuem ou controlam a infraestrutura da Internet. Isso permite que as autoridades empreguem rapidamente fechamentos esporádicos para interromper os movimentos esperados do público democrático”, afirma o estudo.
Em um em cada três países, houve restrições sistemáticas nas mídias sociais desde 2015. A maioria dos cortes foi relacionada a eventos políticos ou sociais, como eleições, referendos e protestos, de acordo com o Surfshark.
Além disso, 72 dos 193 países bloquearam ou restringiram severamente o acesso às mídias sociais nos últimos sete anos. Alguns dos casos mais recentes de bloqueios ocorreram no Líbano, Cazaquistão, Irã, Rússia, Cuba, Azerbaijão, Mianmar, entre outros. A China, por sua vez, está bloqueando atualmente todas as redes sociais estrangeiras, como Twitter, Facebook e YouTube. Na verdade, a Ásia é o continente mais rigoroso quando se trata de fechar as redes sociais.
“A China não tem piedade das redes sociais estrangeiras, mas tem todo um ecossistema de plataformas de mídia social baseadas na China, como WeChat, Weibo, QQ e Qzone”, afirma o relatório.
Nas Américas, seis países bloquearam as redes sociais no passado. A Venezuela o fez 12 vezes desde 2019; o Equador bloqueou o Facebook, o Twitter e o WhatsApp em 2019; o Brasil proibiu o WhatsApp em 2016; e Cuba bloqueou o Skype em 2017. Nicarágua e Colômbia também fazem parte da lista.
“As paralisações nas redes sociais e as paralisações da internet na Venezuela começaram quando Juan Guaido se proclamou presidente interino da Venezuela em 2019, após as eleições de 2018, amplamente consideradas fraudulentas”, afirma o estudo.
“Em uma tentativa de impedir a transmissão de tantos discursos de Guaidó, o governo de Nicolás Maduro bloqueou o acesso às redes sociais toda vez que Guaido ou seus associados faziam aparições públicas ou transmitiam ao vivo. Casos semelhantes foram registrados pelo menos 12 vezes em 2019″, conclui a publicação.
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