A oposição venezuelana considerou um novo fracasso do regime de Maduro, o apelo à reativação da investigação no TPI, como um novo fracasso do regime de Maduro.

Membros da dissidência no país caribenho consideraram a decisão do promotor, Karim Khan, de solicitar a retomada do julgamento como uma abordagem à justiça

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Venezuela's President Nicolas Maduro leads the celebration of the twenty-year anniversary of late President Hugo Chavez' return to power after a failed coup attempt, in Caracas, Venezuela April 13, 2022.  REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
Venezuela's President Nicolas Maduro leads the celebration of the twenty-year anniversary of late President Hugo Chavez' return to power after a failed coup attempt, in Caracas, Venezuela April 13, 2022. REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

A oposição venezuelana aplaudiu quinta-feira a decisão do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, de solicitar à Câmara de Pré-Julgamento da agência que retome a investigação do país caribenho na sequência de um adiamento solicitado pelo regime de Nicolás Maduro para obter o informações que lhe foram fornecidas exigidas e que, de acordo com o funcionário em Haia, não foram fornecidas.

No final do período desse adiamento sem que o Executivo fornecesse ao TPI a documentação exigida, o regime solicitou que o Supremo Tribunal, por carta datada de 15 de abril e transcendendo esta quinta-feira, “se abstivesse formalmente da investigação a favor das ações levadas a cabo pelo competente autoridades nacionais da Venezuela”, de modo que estes são os que continuam o processo internamente.

A carta garante que as instituições do Estado estão investigando ou investigaram seus “nacionais ou outras pessoas dentro da jurisdição em relação a supostos atos puníveis contra os direitos humanos”.

O Estatuto de Roma, a fundação do TPI, exige que o promotor aceite o pedido de Caracas ou apresente uma petição ao Tribunal solicitando permissão para retomar suas próprias investigações, um pedido que incluirá as observações relevantes das vítimas, seus representantes legais e outras partes interessadas no caso.

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Considerando que a Venezuela não apresentou nenhuma nova informação justificando uma revisão de sua avaliação anterior que a levou a determinar a abertura de uma investigação, Khan solicitará a continuação da investigação e será a Câmara que decidirá sobre o procedimento a ser seguido.

O procurador ressaltou em comunicado sua “vontade de cooperar com as autoridades nacionais em seus esforços para buscar justiça”, mas lembrou que a implementação efetiva do Estatuto só pode ser alcançada “aprofundando a cooperação e encontrando um terreno comum sempre que possível, mesmo em situações complexas e desafiadoras circunstâncias.”

“Embora as autoridades venezuelanas discordassem da minha decisão de abrir uma investigação, senti em sua honra que eles ainda procuraram se envolver com meu escritório para desenvolver uma cooperação mais forte e identificar maneiras pelas quais podemos apoiar a prestação de contas por meio de processos em nível nacional”, acrescentou.

Sobre o anúncio de Khan, o opositor Juan Guaido disse que o desejo de “continuar a investigação sobre crimes contra a humanidade cometidos na Venezuela justifica o trabalho das vítimas, seus representantes e da sociedade civil no caminho para alcançar a justiça”.

“A ditadura falhou em sua tentativa de simular a justiça. Estamos confiantes de que não haverá impunidade, porque essa é a única maneira de obter reparação para as vítimas e garantir a não repetição dos acontecimentos. Que isso incentive ainda mais nossa luta por justiça, liberdade e democracia”, escreveu o adversário no Twitter.

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A este respeito, o antichavista e duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles argumentou que os membros da liderança do governo “estão acostumados a uma 'justiça' sob medida, com instituições leais aos seus planos de controle político”.

“O ICC os coloca de volta em seu lugar. Nosso total apoio e acompanhamento às vítimas e suas famílias neste caminho para alcançar a verdadeira justiça”, acrescentou na rede social.

Na opinião da advogada venezuelana Tamara Suju, “a tirania não foi capaz de enganar” o Tribunal de Haia “porque não há intenção de fazer justiça justa e verdadeira”.

O caso venezuelano remonta a 2018, quando o Ministério Público do TPI iniciou um exame preliminar para a alegada prática de crimes contra a humanidade, desde pelo menos abril de 2017, durante manifestações em todo o país.

(Com informações da EFE)

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