“Se a extrema-direita vencer, tenho certeza que Petro não aceitará”: o candidato presidencial Luis Pérez garantiu que o que está acontecendo na Colômbia é 'muito ruim'

“Vamos ter quatro anos de cacerolazos, e se a extrema esquerda vencer, a direita também vai cavar para que Petro se saia muito mal”, argumentou o ex-governador de Antioquia.

Colombian presidential candidates Enrique Gomez of the Movimiento de Salvacion Nacional (National Salvation Movement) party, Luis Perez of the citizen movement Colombia Piensa en Grande (Colombia Thinks Big), Ingrid Betancourt of the Verde Oxigeno (Oxygen Green) party, Gustavo Petro of the Pacto Historico (Historic Pact) coalition and John Milton Rodriguez of the Colombia Justa Libres (Free Fair Colombia) party, pose during a presidential debate at the Externado University in Bogota, Colombia March 29, 2022. REUTERS/Luisa Gonzalez

Há cada vez menos semanas de espera para que os colombianos se aproximem das urnas para votar no que seria o novo presidente do país. No meio da corrida para essa posição, os candidatos estiveram em meio a debates para que a comunidade saiba quais propostas trazem consigo. Luis Pérez, ex-governador de Antioquia e ex-prefeito de Medellín, em um de seus discursos mais recentes, referiu-se ao seu par, Gustavo Petro.

“Parece-me que o que está acontecendo com o país é muito ruim, que devido a problemas de medo eles têm pessoas nos dois lados, não estou falando de Federico ou Petro porque tenho um bom relacionamento com eles, mas eles são os extremos e para o país seria muito ruim porque se a extrema direita vencer eu sou certeza de que Petro não aceitará e teremos quatro anos de panelas, e se a extrema esquerda vencer, a direita também cavará para que Petro se saia muito mal. Eu estava pensando que íamos ter muitos mais debates, porque sou uma pessoa de ideias e soluções, então acho que a campanha ainda não ganhou força”, ressalta.

Em entrevista ao Noticias Caracol, o aspirante a chefe de Estado garantiu que o ex-prefeito de Bogotá não concordaria com a conquista da extrema direita política do país e que a Colômbia está atualmente em mau estado. O candidato, que registrou sua candidatura por assinaturas com o movimento cidadão Colômbia Piensa en Grande, disse que as maiores necessidades do país estão em abrir mais oportunidades de emprego e reduzir os altos custos de vida.

“Acho que as pessoas estão desesperadas com taxas de desemprego mais altas do que em 1991 e o custo de vida. Estamos em uma situação muito difícil e acho que o que temos que fazer é procurar mecanismos para mais emprego”, disse em sua palestra na qual, além disso, ressaltou que, se a economia não avançar, a Colômbia mergulharia em mais 100 anos de pobreza.

“Temos 106 bilhões de pesos que pagamos pelo IVA, mas o governo só recebe 32, ou seja, para cada peso que pagamos pelo IVA, o governo recebe apenas 29 centavos e o outro permanece em isenções fiscais das maiores empresas e nos cartéis de IVA. Então, se fizermos um sistema tributário simples, acho que uma reforma tributária de uma linha seria minha nos primeiros 100 dias, baixar o IVA de 19 para 6, vamos acabar com todas as isenções fiscais e recolher mais dinheiro com 6 do que com 19”, acrescentou.

O candidato enfatizou que seu programa de campanha é baseado, entre outras coisas, na geração de riqueza no país. Para isso, ele propõe a legalização da cannabis, porque, atualmente, ele argumenta, a comercialização desse produto gera 350 bilhões de dólares. “Se mudássemos os 200 mil hectares que temos em coca, trocaríamos por cannabis para exportar para 60 países que já legalizaram cannabis que nos dará cerca de 17 empregos por hectare ou mais de três milhões de empregos”, disse.

Ele disse que busca criar um 'neobank' composto por um bilhão de pesos para gerar pelo menos um milhão de empregos, o que, segundo ele, faria uma revolução no crédito sem garantia. “Só produzindo arepas ou produzindo empanadas não vamos mudar o país, temos que olhar para o mercado mundial com aquelas novas economias que estou propondo”, ressaltou.

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