Para o Banco Mundial, os países enfrentam uma “catástrofe humana” devido a uma crise alimentar resultante da invasão russa da Ucrânia

O presidente da instituição, David Malpass, disse que a guerra levou a um aumento nos preços das commodities e que eles poderiam empurrar centenas de milhões de pessoas para a pobreza e pior nutrição

IMAGEN DE ARCHIVO. El presidente del Banco Mundial, David Malpass, durante la Conferencia de la ONU sobre Cambio Climático (COP26) en Glasgow, Escocia, Noviembre 3, 2021. REUTERS/Yves Herman

O mundo está enfrentando uma “catástrofe humana” devido a uma crise alimentar resultante da guerra na Ucrânia, que levou a um aumento nos preços das commodities, disse à BBC o presidente do Banco Mundial (BM), David Malpass.

Em entrevista à emissora britânica, Malpass, responsável pela instituição global de alívio da pobreza, alertou que aumentos recordes nos preços dos alimentos podem empurrar centenas de milhões de pessoas para a pobreza e pior nutrição.

É uma catástrofe humana, o que significa baixa nutrição. Mas também se torna um desafio político para os governos que não podem fazer nada a respeito, não causaram e viram os preços subirem”, disse o diretor.

De acordo com o Banco Mundial, os preços dos alimentos poderiam ser aumentados em 37%, um aumento que é “ampliado” para as pessoas que não têm recursos, uma vez que “comerão menos e terão menos dinheiro para qualquer outra coisa, como educação. E isso significa que é realmente um tipo de crise injusta.”

Os aumentos de preços estão “afetando alimentos de todos os tipos, (como) óleos, grãos”, disse o gerente.

O diretor do Banco Mundial também alertou para uma “crise dentro de uma crise” decorrente da incapacidade dos países em desenvolvimento de pagar suas grandes dívidas com a pandemia, em meio ao aumento dos preços dos alimentos e da energia.

“Essa é uma perspectiva muito real. Está acontecendo em alguns países, não sabemos até onde isso irá. Até 60% dos países mais pobres neste momento estão sobrecarregados com a dívida ou correm alto risco de se endividar”, disse.

“Precisamos estar preocupados com uma crise da dívida” e “encontrar formas de reduzir o peso da dívida para os países com dívida insustentável”, acrescentou o gestor na entrevista, realizada à margem das reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington.

(Com informações da EFE)

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