Zelensky disse que está pronto para conversar “até o fim da guerra” com a Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, por sua vez, afirmou que “os resultados das conversações dependerão inteiramente da vontade de Kiev de levar em conta as suas legítimas exigências”

Ukraine's President Volodymyr Zelenskiy speaks during a joint news conference with European Council President Charles Michel after their meeting, as Russia's attack on Ukraine continues, in Kyiv, Ukraine April 20, 2022. REUTERS/Valentyn Ogirenko

O presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, disse nesta quarta-feira que está pronto para conversar “até o fim da guerra” com a Federação Russa e seu presidente, Vladimir Putin, depois que o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, disse que o sucesso das negociações de paz dependerá da vontade de Kiev ter respondem pelas demandas de Moscou.

“Estamos abertos a qualquer formato de diálogo. Quer eu goste ou não, estou disposto a conversar. Estive nos últimos três anos e ainda estou pronto, até o fim da guerra, para dialogar com a Federação Russa e seu presidente”, disse Zelensky em conferência de imprensa com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que hoje visita o país.

O presidente ucraniano destacou que a Rússia já transmitia essa mensagem (se fosse favorável ao diálogo) através da mídia “até o início da ofensiva” e disse que, apesar dos sinais públicos, Moscou “não está pronta para uma resolução pacífica”.

Em uma conversa telefônica com seu homólogo turco, Mevlüt Cavusoglu, Lavrov disse que “os resultados das conversações dependerão inteiramente da vontade de Kiev de levar em conta suas demandas legítimas”, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo.

Lavrov fez essas declarações depois que a Rússia entregou à Ucrânia no dia 15 sua contraproposta ao projeto de acordo recentemente apresentado por Kiev a Moscou sobre as garantias de segurança que exige em troca de não aderir à OTAN.

Durante a conferência de imprensa, Zelensky falou em termos semelhantes quando questionado sobre a situação em Mariupol e a possibilidade de libertar esta cidade sitiada por tropas russas por mais de um mês, onde cerca de 120.000 pessoas permanecem, de acordo com o presidente ucraniano.

Embora tenha descartado a possibilidade de libertar esta cidade pelas armas (“até agora não temos armas desse tipo suficientes para trabalhar nessa direção”, disse), também se referiu a uma possível via diplomática.

“Até agora, a Rússia não concordou com isso. Apesar dos sinais públicos, quando dizem que estão abertos, dispostos a trocar, que a bola está do nosso lado, continuam a jogar o seu jogo”, acrescentou.

A Turquia organizou duas reuniões para facilitar as negociações entre a Rússia e a Ucrânia, e está trabalhando para convocar outra reunião para acabar com as hostilidades no terreno.

De acordo com a diplomacia russa, Lavrov e o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Cavusoglu, trocaram opiniões sobre o conflito na Ucrânia e discutiram a situação no terreno, particularmente na cidade portuária de Mariupol.

Os chefes das diplomacias russa e turca discutiram possíveis passos de entidades diplomáticas e militares para garantir a segurança dos civis, incluindo estrangeiros ainda em zonas de combate.

(Com informações da EFE)

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