Virada inesperada no crime do ex-Puma Aramburu: as evidências que complicam um dos detidos

O ex-rugbier argentino de 42 anos foi baleado ao sair de um bar em Paris durante a madrugada de 19 de março

A investigação sobre o assassinato de Federico Martín Aramburu continua. Com os três principais suspeitos já detidos, a polícia se esforçou para entender qual era o papel exato de cada um no crime e, nesse contexto, novas informações causaram uma reviravolta na causa que complica ainda mais um dos réus.

Até agora, graças ao depoimento de várias testemunhas, soube-se que o ex-atleta de 42 anos havia discutido com dois homens, Loïk Le Priol e Romain Bouvier, no bar Le Mabillon e saindo do local o confronto se tornou físico, embora os funcionários do estabelecimento tenham intervindo para acalmar a situação. Mais tarde, no caminho de volta ao hotel, o argentino, que estava com seu parceiro Shaun Hegarty, foi atingido por tiros que se acredita ter deixado uma van dirigida por uma mulher chamada Lison, que também foi preso.

Na quarta-feira, o jornal francês L'Equipe revelou que fontes próximas à investigação forneceram novos dados que nos ajudam a entender ainda mais o que aconteceu naquela noite e que colocaram Romain Bouvier no centro da cena. É que até agoraa href="https://www.infobae.com/america/deportes/2022/03/23/le-dijo-a-la-policia-que-iba-a-ucrania-a-pelear-asi-fue-la-detencion-del-acusado-por-el-crimen-del-ex-puma-aramburu/" rel="noopener noreferrer" Loïk Le Priol tinha sido apontado como o principal autor do crime, mas na realidade ele teria sido o amigo dele que provocou tudo.

Conforme publicado, foi Romain Bouvier quem conheceu Federico Aramburu nas vias públicas após a briga no bar. O ex-jogador do Pumas havia ido ao hotel pedir um pouco de gelo para o rosto quando voltou a se deparar com esse ex-militante do GUD (um sindicato estudantil de extrema-direita), que, após uma breve e violenta entrevista, jogou dois tiros no chão perto de seus pés. Imediatamente depois, Bouvier “disparou mais duas vezes contra a vítima, ferindo-o na perna e na região inferior do abdômen”. Relatórios aos quais o portal gaulês teve acesso indicam que o francês fugiu rapidamente para lá a pé até pegar um táxi vários quarteirões depois.

Naquela época, Loïk Le Prio estava a poucos metros do local e, ao ouvir os tiros, correu em sua direção em direção ao local. Lá ele se reuniu com um Aramburu ferido, com quem teve uma nova luta que terminou quando o francês pegou sua arma e disparou seis vezes. Quatro das balas do calibre 22LR atingiram o corpo do argentino, que morreu no local.

“Houve alguma confusão de que Federico Aramburu havia sido atingido pelo tiroteio de Romain Bouvier”, disse uma fonte anônima próxima à investigação ao jornal L'Equipe. Agora, graças às evidências das balas que deram em Aramburu, parece claro que Bouvier e Le Priol atiraram no ex-atleta argentino, o que complica a situação do primeiro deles, que até agora era visto como cúmplice. Ainda não está claro se Lyson, a mulher de 24 anos que dirigia a van em que os suspeitos deixaram o bar após o primeiro confronto, estava presente no momento do crime.

Romain Bouvier foi a última pessoa presa pelo crime. De acordo com fontes próximas do caso confiado à agência de notícias AFP, o homem de 31 anos foi encontrado pela BRI (Brigada de Investigação e Intervenção) de Nantes, no departamento francês de Sarthe (oeste do país). Seu advogado, Me Antoine Vey, falou à imprensa francesa em 25 de março e disse que o único pedido que fizeram perante o juiz era que seu cliente fosse mantido em uma cela individual para que ele pudesse “se concentrar, lembrar os detalhes e colocar a cronologia no lugar”. Ao mesmo tempo, quando chegou a hora de comparecer, o acusado optou por não responder às perguntas que lhe foram colocadas: “Seguindo o conselho do meu advogado, quero exercer meu direito ao silêncio”, foi tudo o que ele disse.

Não é a primeira vez que esse cara tem problemas com a lei. O jornal digital francês Mediapart explicou que ele e Le Priol frequentaram por vários anos um círculo que reuniu ativistas da Frente Nacional da Juventude e do GUD (Grupo de Defesa da União), um sindicato de estudantes franceses de extrema-direita. Em outubro de 2015, eles e outros três membros do GUD foram acusados de espancar violentamente e humilhar um ex-líder sindical, forçando-o a se despir.

Apesar de todo esse histórico, o advogado Vey descreveu seu cliente como um homem inteligente e calmo: “Eu o conheci em sua juventude, ele era um jovem justo e sereno. Ele participou de competições de eloqüência e também foi bastante talentoso.”

As autoridades conseguiram encontrar o suspeito graças ao seu cartão de crédito. Enquanto ele era procurado pela polícia, ele usou o plástico em um hotel em Solesmes e depois em um caixa eletrônico. Segundo relatos de jornais, ele não resistiu à detenção: “Eu estava sentado calmamente em um banco”, revelou o site L'Equipe. O juiz de instrução sobre liberdades e detenção (JLD) no Palais de Justice, em Paris, decidiu colocá-lo em prisão preventiva, assim como os outros dois detidos.

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