O Conselho de Ministros discute hoje, quarta-feira, 20 de abril, entre outras questões, a proposta do Presidente Pedro Castillo sobre implementar castração química para estupradores e abusadores sexuais de crianças. Alguns ministros já avançaram seu apoio e outros discordaram da medida, que foi debatida após o doloroso caso de uma menina de 3 anos raptada e estuprada em Chiclayo.
“Esse fato atroz e desumano nos leva a uma enorme reflexão como país para adotar políticas públicas mais rígidas do Estado que salvaguardem os direitos humanos dos mais indefesos de nossos filhos, e a castração química é uma opção, não podemos esperar mais”, disse o presidente sobre a proposta.
Essa não seria a primeira vez que essa medida é proposta no país. Em 2018, a castração química para estupradores de crianças foi aprovada por unanimidade pelo Congresso da República; no entanto, o Conselho de Porta-Vozes e o Comitê Permanente acabaram retirando-a.
Esta reunião também avaliará a proposta do Ministro da Educação, Rosendo Serna, de remover o restrição de um metro de distância em instituições educacionais.
O ministro da Justiça, Felix Chero, disse que o padrão será prioridade A1 no início da reunião desta quarta-feira, 20 de abril.
“Temos o projeto pronto, devemos aprová-lo no Conselho de Ministros na quarta-feira e devemos apresentá-lo ao Legislativo para análise e discussão”, disse em entrevista à Rádio Exitosa, onde foi a favor da medida.
A Ministra da Mulher, Diana Miloslavich, assegurou que a decisão será tomada neste Conselho de Ministros e que o seu ministério ainda não formou qualquer parecer sobre a castração química ou a pena de morte para estupradores.
No entanto, também há ministros que se manifestaram contra a medida. Entre eles está o ministro da Saúde, Jorge López Peña, que disse que todos os custos de sua implementação no país devem ser avaliados no Conselho. O mesmo foi dito pelo ministro da Educação, Rosendo Serna, que disse que deve ser feita uma análise de toda a proposta e “não apenas uma reação imediata a um caso”.
O ministro do Interior, Alfonso Chávarry, também discordou da medida drástica e apontou que ela deveria ser reavaliada.
O QUE É CASTRAÇÃO QUÍMICA?
A castração química é a administração de drogas que reduzem a libido e inibem o desejo sexual. De acordo com o especialista em urologia e andrologia, Alberto Tejada, para a Infobae Perú, isso é feito através injeções ou administração de medicamentos periodicamente.
“Esse tópico está sendo levado de forma muito leve, pois todos acreditam que a castração é feita com a aplicação de uma injeção e já é castrada para sempre, mas não é assim. Estas (doses) devem ser regulares: diariamente no caso da pílula (estrogênios) e bimestralmente no caso de injeções (medroxiprogesterona). (...) O tratamento tem efeito após 10 a 15 dias, é quando eles serão mais visíveis e é reversível se a droga for interrompida, novamente as funções hormonais reaparecem”, disse.
O médico também explicou que a castração química tem consequências diferentes, como mudança de humor, aumento da tendência à depressão, ganho de peso, retenção de líquidos, perda de massa muscular e aumento da gordura corporal
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