Os Estados Unidos recordaram o quarto aniversário da “repressão violenta” com que o regime de Daniel Ortega neutralizou manifestações que deixaram cerca de 355 mortos.
“Os Estados Unidos comemoram a violenta repressão do regime de Ortega-Murillo aos manifestantes pró-democracia na Nicarágua em abril de 2018”, disse o secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental Brian A. Nichols em uma mensagem em sua conta no Twitter.
Junto com o escritor, Nichols compartilhou um vídeo em que rotulam o regime de Ortega como um “regime autocrático”, uma “ditadura familiar” e de transformar o país centro-americano “em um estado pária”.
As imagens explicam que, há quatro anos, milhares de nicaraguenses inundaram as ruas de Manágua e outras cidades do país, e que o que começou como uma rejeição às polêmicas reformas previdenciárias, “logo se tornou expressão de descontentamento com o governo de Daniel Ortega e sua esposa, Rosário Murillo”.
“Os nicaraguenses estavam cansados da corrupção que enriqueceu a família Ortega e empobreceu a população. Eles estavam cansados da usurpação de suas liberdades civis. Os nicaraguenses estavam pedindo mudanças”, diz o vídeo divulgado pelos EUA.
Ele disse então que “o regime respondeu com brutalidade, matando pelo menos 350 cidadãos, ferindo milhares e enviando centenas de milhares para o exílio”.
Os protestos, descritos pelo Executivo como uma tentativa de golpe de Estado, deixaram pelo menos 355 mortos de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), embora as organizações locais elevem o número para 684 e o regime reconheça 200.
Os EUA enfatizaram que “a crise na Nicarágua não terminou com os protestos de abril de 2018”, porque “antes das eleições de novembro de 2021, o Ortega-Murillo duplicou a repressão contra o povo da Nicarágua” e prendeu sete candidatos aspirantes à presidência da oposição.
“Depois que as eleições foram roubadas, eles continuaram a empurrar a Nicarágua para um estado totalitário”, denunciou o vídeo.
Segundo Washington, “em seu desejo de instalar uma ditadura dinástica, o casal (presidencial) assumiu a forma de outro ditador do passado: Anastasio Somoza Debayle”.
“O regime autocrático forçou milhares de nicaraguenses ao exílio e isolou a Nicarágua da comunidade internacional. Sob essa ditadura familiar, a Nicarágua se tornou um estado pária”, disseram os EUA.
Os Estados Unidos reafirmaram que “apoiam o povo em seu desejo de viver em democracia, estabilidade, prosperidade” e, juntamente com a comunidade internacional, “estão comprometidos com um futuro para a Nicarágua em uma democracia florescente”.
A Nicarágua atravessa uma crise política e social desde abril de 2018, que se acentua após as polêmicas eleições gerais de 7 de novembro, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto, quarto mandato consecutivo e segundo mandato junto com sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente, com seu principal candidatos na prisão.
(Com informações da EFE)
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