Feminicídios no Perú: 26 crimes de ódio contra mulheres foram registrados somente em janeiro e fevereiro

De acordo com informações do Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis, 80,7 por cento dos feminicídios eram seus parceiros ou ex-parceiros da vítima.

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Una mujer levanta una pancarta donde se lee "Ni una menos" durante una marcha convocada hoy, con motivo del Día Internacional de la Eliminación de la Violencia contra la Mujer, en las calles de Bogotá (Colombia). EFE/Mauricio Dueñas Castañeda
Una mujer levanta una pancarta donde se lee "Ni una menos" durante una marcha convocada hoy, con motivo del Día Internacional de la Eliminación de la Violencia contra la Mujer, en las calles de Bogotá (Colombia). EFE/Mauricio Dueñas Castañeda

A violência contra as mulheres continua a crescer mês a mês, os feminicídios no Perú continuam a alarmar e nesses 2 meses desde o início de 2022, 26 crimes de ódio já foram registrados; onde 80,7% dos feminicídios foram seus parceiros ou ex-parceiros da vítima.

Infobae Perú conversou com Lisbeth Guillén Chávez, feminista, coordenadora do programa Poder e Política do Movimento Manuela Ramos e porta-voz da Campanha We Are Half, Queremos Paridade Sem Assédio. A especialista em direitos das mulheres, direitos políticos, gênero e políticas públicas, nos alerta sobre esses casos que as mulheres enfrentam e que o machismo ainda está profundamente enraizado em nossa sociedade.

“De acordo com informações do Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis (MIMP), em fevereiro de 2022, 26 feminicídios foram registrados (18 em janeiro e 08 em fevereiro), em 80,7% os feminicídios eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas. Também deve ser considerada a conexão entre o desaparecimento de mulheres, meninas e adolescentes com feminicídio, em janeiro de 2022, 2 das vítimas anteriores ao evento foram dadas como desaparecidas. O ano de 2021 culminou em 146 vítimas de feminicídio, em 52% dos casos, os feminicídios foram parceiros ou ex-parceiros da vítima”, disse.

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Diante disso, ele argumentou que no Perú há uma via de atendimento que não é totalmente conhecida ou, na ausência de resposta institucional imediata, as vítimas não recorrem aos serviços.

Além disso, especificou que a nível nacional existem mais de 400 Centros de Emergência da Mulher (CEM) para o atendimento às vítimas de violência, esses serviços estão gradualmente recuperando o atendimento presencial que durante a fase de confinamento estrito (2020) devido à pandemia COVID 19, suspendeu o atendimento presencial e apenas a Linha 100 estava presente para a atenção dos casos.

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“No Perú, do total de mulheres vítimas de violência, apenas 29% buscam ajuda institucional e o fazem principalmente nas Delegacias de Polícia, responsáveis pelo registro das denúncias. Desde 2015, existe legislação especial para prevenir, punir e erradicar a violência contra mulheres e membros do grupo familiar (Lei 30.364), alinhada à Convenção de Belém do Pará, que diferencia claramente a violência contra a mulher da violência contra membros do grupo familiar e estabelece princípios e abordagens para o cuidado das vítimas”, disse.

“É um desafio pendente para os gestores de serviços internalizar princípios e abordagens para o atendimento às vítimas de violência com a devida diligência, não revitimização e não discriminação. O Estado precisa intensificar a formação dos operadores de serviços e, por outro lado, as mulheres devem continuar fortalecidas no conhecimento e no exercício do seu direito à vida livre de violência e reduzir a pobreza legal das mulheres no que diz respeito ao direito de ter direitos”, acrescentou.

Nesse sentido, e como explicado acima, o machismo ainda é muito válido em nossa sociedade, diante disso, o especialista afirmou que a educação para menores com perspectiva de gênero e educação sexual abrangente é necessária em todos os níveis e formas do sistema educacional nacional.

“A estratégia de prevenção da violência, aprovada pelo Ministério da Mulher em 2021, considera a educação igualitária desde a primeira infância para prevenir a violência contra as mulheres em sua diversidade e para erradicar estereótipos e práticas discriminatórias e racistas nas relações interpessoais”, disse.

Lisbeth Guillén Chávez também enfatizou em nosso contexto que é necessário continuar implementando medidas do governo para deter esses casos de violência e abuso contra as mulheres.

“Por meio das articulações das organizações, é feita a advocacia para a alocação do orçamento público para a implementação da Política Nacional de Igualdade de Gênero, que entre seus objetivos prioritários está a redução da violência de gênero e a modificação e erradicação de práticas e estereótipos. que discriminam as mulheres. Além do cumprimento da Lei de Consulta para a realização de atividades nos territórios dos povos indígenas cujos líderes são criminalizados por levantarem a voz em defesa de seus direitos individuais e coletivos”, disse.

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ESPAÇO PARA TORNAR VISÍVEIS OS CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

Vale ressaltar que as organizações CMP Flora Tristán, Movimiento Manuela Ramos, DEMUS e ONAMIAP, com o apoio da CUSO International e do Governo do Canadá, lançaram em 21 de março um site chamado “A agenda que nos une” , que é um espaço para tornar visível a violência múltipla vivida pelas mulheres.

Entre as múltiplas violências que buscam tornar visíveis e chamar a atenção para sua atenção, estão: violência estrutural, violência patriarcal-machista, violência extrativista, violência racista, institucional, física, psicológica, sexual, econômica, assédio contra as mulheres na vida política.

“O site da campanha também inclui uma seção que convida à ação contra a violência múltipla, é sobre contar histórias de mulheres que foram vítimas de violência ou que superaram essa situação, para ampliar a compreensão da violência múltipla e agir”, concluiu o especialista.

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