Colômbia, a grande ausência na primeira cúpula do acordo de Escazú

Um novo debate no Senado, impulsionado pela oposição, para discutir a ratificação do acordo na Colômbia, está agendado para 26 de abril.

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Nesta quarta-feira, 20 de abril, no Chile, será realizada a primeira Cúpula de Escazú, no entanto, a Colômbia não estará presente nessa reunião. Portais internacionais de notícias garantiram que a ausência do país ocorre em meio a críticas que apontam o território nacional como o lugar mais perigoso do mundo para ser defensor da natureza e ser a segunda nação mais biodiversa. Este acordo teve o presidente colombiano, Iván Duque, em meio à polêmica, quando o processamento do acordo, no Congresso, foi rejeitado durante a primeira tentativa de aprovação.

“O governo teve a vontade. Esta é a segunda vez que ele o submete e estamos aguardando a agenda legislativa para (...) diga-nos qual será a agenda dos últimos dois meses e meio do Congresso, e do Governo estaremos lá defendendo o acordo”, argumentou o ministro colombiano do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Correa, diante da ausência do país na reunião.

Foi em julho de 2020 que o chefe de Estado pediu ao Congresso que processasse, com urgência, a lei para ratificar o Acordo de Escazú. Esse processo, no entanto, foi submetido a vários obstáculos devido a adiamentos na condução do debate com o qual pretendia ser adotado. É para 26 de abril que um debate será realizado novamente no Senado para a ratificação do acordo. Foi graças aos congressistas Iván Cepeda, Antonio Sanguino e Feliciano Valencia, e seu apelo ao Estatuto da Oposição, que o debate será revivido.

Temos sido particularmente insistentes em que o país exige a aprovação do Acordo de Escazú. O governo do presidente Iván Duque fez várias promessas à comunidade internacional e às Nações Unidas de que será aprovado, mas esses anúncios se tornaram demagogia, o que contrasta com as manobras para impedir a ratificação do Tratado”, comentou Cepeda à decisão.

Infobae

Segundo Correa, as razões pelas quais houve uma primeira rejeição de Escazú tinham a ver com a “falta de socialização resultante de um longo e complexo ano e meio em que as socializações não podiam ser feitas no território e onde o Congresso estava virtualmente”. Para lidar com a desinformação, declarou o ministro, foi feita uma tentativa de promover “quatro grandes socializações regionais”.

De acordo com informações da organização Global Witness, cerca de 65 defensores ambientais foram mortos na Colômbia em 2020. A reunião da qual a Colômbia não participará, na sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), tem como objetivo analisar a eficácia da implementação do acordo. As disposições financeiras para a operação do tratado também serão discutidas. Há 24 países que assinaram, mas apenas 12 deles ratificaram o pacto.

O acordo de Escazú visa proteger a vida dos ambientalistas, buscar garantias que melhorem a implementação de políticas ambientais, garantam direitos ambientais e salvaguardem a biodiversidade nos tempos atuais em que há um alerta de emergência climática. “O objeto substancial deste acordo é o acesso à informação, que encontra a participação cidadã, que encontra acesso à justiça em questões ambientais e algo que é vital, a defesa dos direitos humanos em questões ambientais”, disse o ex-deputado Jorge Londoño.

Em resposta ao anúncio da reunião de hoje, a Coordenadora de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA), solicitará a incorporação de cinco pontos para garantir sua participação nessa cúpula. Essa organização representa 511 povos indígenas da Amazônia.

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