Cingapura executará prisioneiro com deficiência intelectual

A irmã de Nagaenthran (Nagen) Dharmalingam recebeu uma ligação do serviço prisional da ilha na quarta-feira anunciando que o homem, de nacionalidade malaia, receberá a pena de morte dentro de uma semana

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Activists hold up placards against the imminent execution of Nagaenthran Dharmalingam, who was sentenced to death for drug trafficking in Singapore, outside the Singapore High Commission in Kuala Lumpur, Malaysia November 23, 2021. REUTERS/Lai Seng Sin
Activists hold up placards against the imminent execution of Nagaenthran Dharmalingam, who was sentenced to death for drug trafficking in Singapore, outside the Singapore High Commission in Kuala Lumpur, Malaysia November 23, 2021. REUTERS/Lai Seng Sin

Cingapura anunciou quarta-feira que um preso com deficiência intelectual acusado de tráfico de drogas será executado em 27 de abril, apesar das críticas da comunidade internacional e dos pedidos de suspensão da sentença.

A irmã de Nagaenthran (Nagen) Dharmalingam recebeu uma ligação do serviço prisional da ilha na quarta-feira anunciando que o homem, de nacionalidade malaia, será executado dentro de uma semana, de acordo com Kirsten Han, coordenadora da ONG local Transformative Justice Collective, postagens nas redes sociais.

Em 29 de março, um tribunal rejeitou o último recurso para impedir a execução de Nagen, a quem seus advogados pediram para inocentar por sofrer de uma deficiência intelectual diagnosticada.

Desde então, o prisioneiro teve apenas a última chance de receber um perdão presidencial, o que não aconteceu até agora.

Nagaenthran, de 34 anos, foi preso em abril de 2009 e acusado de tráfico de drogas quando tentou atravessar a fronteira da Malásia com cerca de 42,7 gramas de heroína, quando a lei de tráfico de drogas de Cingapura, uma das mais draconianas do planeta, estabelece a pena de morte a partir de 15 gramas de contrabando.

Em seu apelo à condenação, os advogados de Nagaenthran haviam apresentado avaliações médicas confirmando a deficiência intelectual do réu, o que chamou a atenção internacional para seu caso, criticado pela ONU e pela União Europeia.

O Tribunal de Apelação de Singapura considerou, ao rejeitar o recurso, que a lei é “inequívoca” no que diz respeito à aplicação da pena de morte, exceto em circunstâncias muito específicas, e instou os advogados a “buscarem mudança legislativa” como forma de evitar a execução, que o país aplica por enforcamento.

Nagaenthran não é o único prisioneiro que poderia ir iminentemente para a forca, onde oenegés como o de Han alertam que a capacidade no corredor da morte está quase cheia e isso pode acelerar os enforcamentos.

Em 30 de março, Cingapura enforcou o cingapuriano Abdul Kahar bin Othman, de 68 anos, também condenado por tráfico de drogas, no qual marcou a primeira execução em dois anos.

De acordo com a ONG de Han, que está lutando para erradicar a pena de morte no país próspero, há mais de cinquenta homens no corredor da morte, o maior número já registrado.

(Com informações da EFE)

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