A Rússia expandiu sua presença militar nas frentes do Donbass e deu outro ultimato a Mariupol para se render.

Os combates se intensificam em diferentes partes da região controlada pelos separatistas, enquanto as forças russas tentam quebrar as defesas ucranianas

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Service members of pro-Russian troops stand next to a combat engineering vehicle, as evacuees board buses to leave the city during Ukraine-Russia conflict in the southern port of Mariupol, Ukraine April 20, 2022. REUTERS/Alexander Ermochenko
Service members of pro-Russian troops stand next to a combat engineering vehicle, as evacuees board buses to leave the city during Ukraine-Russia conflict in the southern port of Mariupol, Ukraine April 20, 2022. REUTERS/Alexander Ermochenko

As tropas russas aumentaram hoje sua presença e geografia de ataques nas frentes de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, e deram um novo ultimato às tropas ucranianas que resistiram na cidade portuária de Mariupol à rendição.

“Os ocupantes russos continuam a bombardear as linhas de frente e a procurar pontos fracos na defesa ao longo de toda a linha de contato”, de acordo com uma parte do Estado-Maior da Ucrânia.

Segundo os militares ucranianos, as tropas russas lançaram uma nova ofensiva em direção à cidade de Lyman, na região de Donetsk, como parte das tentativas da Rússia de controlar todo o Donbass e depois de Moscovo ter lançado esta semana a segunda fase da campanha militar na Ucrânia.

Lyman, um importante pólo ferroviário da região, seria, segundo o alto comando ucraniano, um dos principais alvos russos da época, enquanto os ataques também se intensificavam em outra cidade de Donetsk, Marinka.

Maior presença militar

A inteligência britânica, por sua vez, relatou um aumento na presença militar russa na fronteira oriental da Ucrânia e a intensificação dos combates em diferentes partes do Donbass, à medida que as forças russas buscam quebrar as defesas ucranianas.

De acordo com a última parte da inteligência, os ataques russos às cidades ucranianas mostram sua intenção de tentar impedir o movimento de reforços e armas ucranianas em direção ao leste do país.

Infobae

Moscou criticou repetidamente o fornecimento de armas estrangeiras, que, segundo a Rússia, têm como objetivo prolongar o conflito na Ucrânia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo denunciou hoje que as armas entregues a Kiev são usadas para “atacar cidades pacíficas das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk”, que Moscovo reconheceu como independentes.

Ele também acusou a Ucrânia de hospedar mais de 7 mil mercenários estrangeiros de 63 países do mundo.

Kiev, por sua vez, respondeu que a recusa em entregar armas à Ucrânia de fato implica apoio à “agressão russa”.

Novo ultimato

O objetivo claro das tropas russas continua sendo “capturar” Mariupol e obter controle total sobre a região sul de Kherson, de acordo com o comando militar ucraniano.

Enquanto o cerco à cidade estratégica continua, a Rússia hoje deu novamente a seus defensores um novo ultimato para se render e salvar suas vidas, embora até agora os soldados não tenham mostrado sinais de querer depor as armas.

Moscou já deu um ultimato ontem, terça-feira, aos combatentes do batalhão Azov e aos soldados ucranianos para se renderem e poderem evacuar civis que se refugiam dentro e ao redor da fábrica metalúrgica de Azovstal.

Segundo as autoridades ucranianas, há pelo menos mil civis, a maioria mulheres e crianças, um número que a Rússia duvida, que acusa também as forças ucranianas de usarem esses cidadãos como “escudo humano”.

A milícia pró-russa em Donetsk garantiu hoje que cinco soldados ucranianos depuseram as armas ontem e deixaram a siderúrgica Azovstal, um número não confirmado pela Rússia. Os separatistas pró-russos também alegaram que haviam evacuado mais de 140 civis das proximidades da usina siderúrgica.

Infobae

Ao mesmo tempo, Kiev informou que foi alcançado um acordo no meio da situação de emergência em Mariupol para abrir hoje um corredor humanitário permitindo que cerca de 6.000 crianças, mulheres e idosos partam para Zaporiyia.

Nos três dias anteriores, nenhum corredor humanitário foi aberto, seja em Mariupol ou em outras partes do leste da Ucrânia por causa dos combates.

Oferta de negociação

No nível diplomático, os pedidos de trégua entre a Rússia e a Ucrânia continuaram, enquanto Moscou informou que havia apresentado uma proposta de negociação a Kiev e aguardava a reação ucraniana.

“Entregamos ao lado ucraniano nosso documento preliminar, que inclui formulações absolutamente claras e desenvolvidas. A bola está do lado deles, esperamos uma resposta”, disse o Kremlin.

Relações Exteriores disse que a proposta russa foi entregue no dia 15 e que até agora nenhuma resposta foi recebida.

Kiev informou, por sua vez, que no âmbito das negociações em Istambul, no final do mês passado, a Ucrânia fez propostas de segurança à Rússia e depois recebeu sua contraproposta, que está sendo estudada atualmente.

O principal negociador da Ucrânia disse ontem, terça-feira, que é difícil prever quando as negociações de paz entre as partes poderão ser retomadas.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu ontem, terça-feira à Rússia e à Ucrânia uma trégua de quatro dias na sua luta para coincidir com a Páscoa ortodoxa, ou seja, a partir de amanhã, quinta-feira, e até ao próximo domingo.

Comentando a iniciativa, o chefe do separatista Donetsk, Denis Pushilin, afirmou que durante os oito anos de conflito no leste do país entre as regiões pró-russas e o exército ucraniano houve mais de 20 tréguas e “todas falharam por causa do lado ucraniano”.

Enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia divulgou uma declaração em que favoreceu uma “pausa humanitária” nos próximos dias para evacuar milhares de civis das zonas de combate.

(Com informações da EFE)

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