O FMI reduziu o crescimento econômico do México de 2,8% para 2% até 2022

Uma das causas dessa redução é o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que impactou a desaceleração econômica global.

Imagen de archivo ilustrativa de billetes de pesos mexicanos tomada el 3 de agosto, 2017. REUTERS/Edgard Garrido/Ilustración/Archivo

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua estimativa do crescimento econômico do México para 2022 em 0,8 pontos percentuais, de 2,80% para 2%, conforme apresentado em seu último relatório sobre o World Economic Outlook (WEO).

Este corte no Produto Interno Bruto (PIB) deve-se, em parte, ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que impactou a inflação, bem como às expectativas de crescimento dos Estados Unidos e da China que também foram reduzidas.

No entanto, até 2023, o PIB do México deverá crescer 2,5%, ou 0,2 pontos abaixo do valor previsto anteriormente, disse a organização internacional.

O relatório foi apresentado no âmbito da Assembleia da Primavera do FMI e do Banco Mundial nesta terça-feira, 19 de abril. Por sua vez, o diretor do Departamento de Estudos do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, disse que os “danos econômicos causados pelo conflito contribuirão para uma desaceleração significativa do crescimento mundial em 2022 e combustível para a inflação”.

Da mesma forma, para a região da América Latina e Caribe, o FMI estimou um crescimento global de 2,5% para 2022, o que representa uma melhoria de 0,1 ponto percentual em relação às previsões apresentadas em janeiro.

Por outro lado, especialistas do setor privado também reduziram suas expectativas de crescimento do PIB mexicano para este ano, de 2,04% previsto em fevereiro para 1,76%, de acordo com a pesquisa mensal realizada pelo Banco do México em março, que foi apresentada em 1º de abril.

Enquanto isso, até 2023, os especialistas estimam que a economia mexicana crescerá 2,08% em comparação com os 2,13% previstos no mês anterior. No que diz respeito à inflação, projeta-se que fique em 5,86% (em fevereiro foi de 4,78%).

Por sua vez, o Ministério das Finanças e Crédito Público (SHCP) também reduziu suas expectativas de crescimento para o México; no entanto, suas previsões são mais “otimistas”, colocando a economia em 3,4% para 2022, enquanto para o próximo ano um aumento de 3,5% é estimado.

Na apresentação do documento “Pré-Critérios Gerais para a Política Econômica 2022″, o Tesouro indicou que entre os principais desafios para a economia mexicana está o desequilíbrio entre oferta e demanda resultante da pandemia COVID-19, que causou escassez de insumos industriais, aumentou os custos de transporte e houve um aumento nos preços de alimentos e commodities, principalmente energia.

Da mesma forma, o BBVA México reduziu suas previsões de crescimento para o PIB do México em 7 de abril, ajustando sua estimativa em 1,2% para este ano. Carlos Serrano, economista-chefe do BBVA, disse que esse ajuste responde ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia por causa de seus efeitos nas cadeias de valor globais e seu impacto nos preços da energia.

Esta foi a segunda vez que o banco reduziu seu crescimento para a economia mexicana em 2022, já que em janeiro passado ajustou suas estimativas de 3,2% para 2,2%.

Enquanto outros países latino-americanos apresentaram maior recuperação econômica do primeiro trimestre de 202 ao quarto trimestre de 2021, com um aumento acumulado de mais de 7,0%, como Chile (9,7%), Colômbia (9,3%), Perú (9,1%) e Argentina (7,8%), o México registrou uma contração de -2,4% durante o mesmo período.

Por fim, deve-se notar que o PIB do México registrou um crescimento anual real de 4,8% em 2021, em comparação com -8,2% em 2020.

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