Ministério Público explicou por que ele não conseguiu realizar o levantamento dos corpos das vítimas do massacre em Arauca

Alguns problemas de logística, meteorologia e ordem pública na área foram alguns dos motivos, disse o órgão investigador em comunicado

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Imagen de archivo del logo de la oficina de la Fiscalía General de Colombia en Bogotá, Colombia. 1 de marzo, 2019. REUTERS/Luisa Gonzalez/Archivo
Imagen de archivo del logo de la oficina de la Fiscalía General de Colombia en Bogotá, Colombia. 1 de marzo, 2019. REUTERS/Luisa Gonzalez/Archivo

Na manhã desta terça-feira, 19 de abril, a Procuradoria-Geral da República emitiu um comunicado no qual confirmou a impossibilidade de realizar o levantamento dos corpos das pessoas que foram mortas na zona rural de Tame, em Arauca. De acordo com o que a autoridade enfatizou, foi difícil chegar ao local devido às complexas condições climáticas. Da mesma forma, a falta de um helicóptero próprio impossibilitou a equipe responsável por ir ao setor conhecido como 'Las Nubes'. O homicídio múltiplo ocorreu no último domingo, 17 de abril.

“Uma vez que o fato foi divulgado após um telefonema, o atendimento de emergência foi iniciado para as pessoas feridas que foram levadas para hospitais em Tame e Saravena. Além disso, o Diretor Seccional de Arauca manteve comunicação permanente com o Governo daquele departamento e com a Ouvidoria”, lê-se no documento apresentado pelo Ministério Público. Quatro pessoas morreram lá, incluindo dois menores, todos da mesma família.

O mau tempo e a falta de um meio de transporte eficaz, disse o Ministério Público, foram agravados por circunstâncias de ordem pública na área. A insegurança ali não facilitou a entrada no local do grupo viajante, que era composto por um promotor delegado, a polícia judiciária do CTI (Corpo Técnico de Investigação) e o Sijin da Polícia Nacional.

“Para esse deslocamento, o Ministério Público no caso teve que contar com o apoio de soldados da XVIII Brigada e da VIII Divisão do Exército Nacional e da Polícia Nacional que garantiram suas condições de segurança para que a comissão judicial chegasse ao local onde ocorreu o massacre”, adicionou o Gabinete do Procurador.

Apesar de a equipe de especialistas não ter conseguido chegar à área, ressaltou a agência, foi conseguido que o diretor seccional estivesse em contato constante com os familiares das vítimas do caso. “Eles foram informados da necessidade de realizar os procedimentos judiciais, mas sua decisão foi recuperar os corpos de seus parentes e levá-los à funerária local”, dizia o comunicado.

O representante da Tame, Arauca, Juan Carlos Villate, denunciou que foram alguns camponeses que se encarregaram de transferir os corpos dos quatro cidadãos para as respectivas autoridades, uma vez que, após cerca de 19 horas, não havia profissionais presentes para realizar a remoção dos corpos. “Os corpos transferidos pela mesma comunidade. Eles já estão no necrotério Tame, as funerárias entraram, os médicos iniciaram as respectivas necropsias”, disse Villate em conversa com a W Radio.

Conforme explicado pelo comando da Oitava Divisão do Exército, civis foram atacados, indiscriminadamente, por pessoas armadas que se identificaram como membros das FARC desaparecidas. “Grupos armados se organizaram contra civis indefesos, violando os direitos humanos e violando o Direito Internacional Humanitário. Esses fatos serão comunicados às autoridades competentes (...) os feridos desse ataque covarde foram levados para o Hospital San Antonio de Tame (Arauca), onde atualmente estão sendo tratados por pessoal médico”, mencionaram as forças de segurança. As quatro pessoas estavam se mobilizando em um veículo Chevrolet Vitara.

As vítimas foram identificadas como Elson Portela, 51 anos; Angel Julián Estrada, 48 anos; Delvis Arbey, de nove anos, e Briangis Yelina Prada, de quatro anos. “Lembremos que fortes confrontos têm ocorrido nesta área entre o ELN e as FARC, para que, com certeza, ele responda ao controle territorial dessas organizações armadas. Rejeitamos esse ataque indiscriminado que viola os Direitos Humanos e o Direito Internacional Humanitário”, acrescentou Villate à Rádio Meridiano 70.

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