No departamento de Arauca, o aumento da violência chocou a população. Em 17 de abril, ocorreu um novo massacre no município rural de Tame e, segundo as autoridades, o incidente deixou quatro pessoas mortas, das quais duas eram menores. Após o ataque, a Associação de Personeros do Departamento solicitou a remoção dos corpos.
A entidade convocou a Procuradoria-Geral da República e as forças públicas a realizar o levantamento dos corpos das vítimas. Diante disso, as Forças Militares garantiram que “infelizmente, as condições climáticas não permitiram que a aeronave entrasse com os funcionários do Ministério Público”.
No entanto, o mesmo Exército Nacional informou que, assim que a situação se tornou conhecida, todos os procedimentos para verificar as informações foram adiantados e as provas necessárias foram coletadas para poder encontrar os culpados do crime em Arauca.
Detalhes sobre o massacre
O Exército informou em um comunicado à imprensa que o ataque é atribuído a dissidentes das FARC. De acordo com informações preliminares, o massacre ocorreu quando as vítimas viajavam em uma van na noite de domingo passado e o veículo foi atacado por homens armados vestindo roupas para uso exclusivo das forças militares.
É importante notar que a mesma comunidade relatou o ocorrido, pois encontrou os corpos e veículos incinerados na estrada. Eles detalharam que todos foram mortos com tiros de graça e mostraram sinais de violência.
As Forças Militares também rejeitaram os atos contra a população civil. “Os (cinco) feridos neste ataque covarde foram levados para o hospital San Antonio de Tame (Arauca), onde atualmente estão a ser tratados por pessoal médico”, lê-se no comunicado da entidade.
Wilder Ortiz, diretor da ESE Moreno y Clavijo, explicou ao Noticias Caracol que eles receberam os cinco pacientes no hospital San Antonio de Tame; no entanto, “um paciente do sexo masculino foi encaminhado para o hospital Sarare (Sarabena), 32 anos devido a ferimentos graves com arma de fogo”.
As autoridades do município realizaram um conselho de segurança após o massacre. “A todas as instituições, a todas as organizações que podem ajudar para que essa situação possa ser superada”, disse o prefeito de Tame, Aníbal Mendoza, ao mesmo meio de comunicação.
O aumento da violência em Arauca
Uma das pessoas que morreram no massacre foi Ángel Julián Estrada; ele tinha 48 anos, trabalhava na pecuária e tinha duas filhas de 17 e 21 anos. A Blu Radio conseguiu entrar em contato com o irmão da vítima, Victor Estrada, que explicou a situação atual no departamento devido à presença de grupos armados ilegais, como as FARC e dissidentes do ELN.
“Enquanto o conflito está acontecendo, você não pode andar à noite a qualquer momento”, disse Victor Estrada, que mora no município de Puerto Rondón. Ele também destacou que seu irmão trabalhou lado a lado com seu pai e, por esse motivo, ele irá para Tame para visitá-lo.
A situação descrita por Estrada anda de mãos dadas com o que foi alertado pela Fundação Joel Sierra de Direitos Humanos em 14 de abril. A entidade lembrou que só neste mês ocorreram sete assassinatos — sem contar os desse massacre — e até agora, em 2022, os confrontos entre as FARC, o ELN e as Forças Armadas aumentaram.
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