Na segunda-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, atribuiu um título honorário, enaltecendo o seu “heroísmo”, à 64ª brigada de infantaria motorizada, que a Ucrânia acusou de ter participado nos alegados abusos cometidos em Bucha, perto de Kiev, onde encontraram numerosos corpos de civis assassinados.
Conforme afirma o Kremlin, Putin assinou um decreto concedendo o “título honorário de 'Guarda'” àquela brigada, tendo em conta o “heroísmo e tenacidade, determinação e coragem” dos seus membros.
“As ações hábeis e decisivas de todo o pessoal na operação militar na Ucrânia são um modelo de execução do dever militar, coragem, determinação e grande profissionalismo”, escreveu Putin aos militares.
O Kremlin não especificou onde os soldados foram destacados ou qual era sua missão.
Os massacres de Bucha provocaram grande choque e condenação da comunidade internacional, e levaram os aliados de Kiev a tomar mais sanções contra a Rússia. Nada disso impediu Putin de lhes dar honras.
A Ucrânia acusou o exército russo e especificamente a 64ª brigada de terem cometido crimes de guerra contra civis em Bucha, o que foi descoberto após a retirada dos soldados russos em 30 de março.
A Rússia nega essa versão e acusa a Ucrânia e a mídia ocidental de terem feito uma assembléia ou atribui responsabilidade às forças ucranianas com o objetivo de culpar Moscou.
A Diretoria de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia publicou os nomes, patentes e detalhes dos passaportes dos membros da brigada, dizendo que eles enfrentarão a justiça.
Após a partida das tropas russas, corpos de homens com roupas civis, alguns com as mãos amarradas, foram encontrados espalhados pelas ruas, confirmaram a Infobae e outros meios de comunicação internacionais.
A maioria dos habitantes de Bucha morreu devido a ferimentos à bala, informou a polícia ucraniana na semana passada.
“95% das pessoas foram mortas com rifles de alta precisão ou outras armas leves”, disse o chefe de polícia da região de Kiev, Andrii Nebitov, nesta localidade na periferia noroeste de Kiev. “Durante a ocupação (russa), as pessoas foram baleadas nas ruas (...) É impossível esconder esses crimes no século XXI. Não só há testemunhas, mas também foi gravado em vídeo”, acrescentou.
Os habitantes de Bucha enterraram as próprias vítimas durante a ocupação russa, cujas tropas se retiraram em 30 de março, depois de quase um mês lá.
O prefeito de Bucha, Anatoli Fedoruk, disse que mais de 400 corpos foram encontrados após a partida das tropas russas.
Dias depois, jornalistas da AFP puderam ver pelo menos 20 corpos de homens com roupas civis, um deles com as mãos amarradas, deitados em uma rua. Dezenas de outros corpos apareceram mais tarde, bem como várias valas comuns.
(Com informações da AFP)
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