Em 18 de abril pela manhã, a Procuradoria-Geral da República anunciou que emitiu um novo mandado de prisão contra Miguel Botache Santillana vulgo Gentil Duarte, chefe de uma das estruturas de dissidência das extintas FARC pelo deslocamento forçado de cerca de 60 pessoas.
“#ATENCIÓN | #Fiscalía emitiu um mandado de prisão contra o pseudônimo Gentil Duarte pelo deslocamento forçado de quase 60 pessoas. Como resultado da violência no leste do país, teria gerado medo e ansiedade entre os habitantes, que tiveram que deixar suas terras”, escreveu o órgão acusador nas redes sociais.
Segundo informações das autoridades, o dissidente teria promovido um confronto violento no município de El Retorno, localizado no departamento de Guaviare, entre 2002 e 2004, no qual ocorreram constantes confrontos armados e outras ações ilegais que colocaram em risco as vidas e integridade das comunidades.
No repertório de provas, o Ministério Público documentou 11 atos de deslocamento, envolvendo quase 60 vítimas, incluindo menores e idosos. Por isso, um procurador da Direção Especializada contra as Violações de Direitos Humanos emitiu o mandado de prisão face à “evidente continuidade criminal de Gentil Duarte, que rejeitou o processo de reintegração e ainda está escondido”, informaram as autoridades.
E quem é 'Gentil Duarte?
Miguel Botache Santillana, conhecido por seu pseudônimo 'Gentil Duarte', nasceu em 15 de outubro de 1963 em Florença, Caqueta. Com apenas 18 anos de idade, ele conseguiu entrar na 14ª Frente das FARC, onde iniciou seus primeiros passos como guerrilheiro.
De acordo com o portal de notícias Las2Orillas, algum tempo depois, sua carreira no grupo armado permitiu que ele se tornasse o comandante do Bloco 7 das FARC, onde liderou a extorsão e o tráfico de drogas no departamento de Meta. Seu poder dentro das FARC cresceu tanto que, em 2009, lhe foi concedido um cargo no Estado-Maior General do Bloco Oriental das FARC-EP.
Em 2016, Botache Santillana ficou sob os holofotes quando foi selecionado para se juntar à equipe de negociação das FARC que viajou para Havana durante as negociações de paz. De fato, era tanto o conhecimento de 'Gentil Duarte' do sul da Colômbia que o secretariado do grupo guerrilheiro extinto o enviou à Colômbia para convencer 'Iván Mordisco' a aceitar os acordos de paz, como sabia o jornal El Espectador.
No entanto, depois de chegar ao país, 'Gentil Duarte' desapareceu por meses, até que mais tarde se soube que junto com 'Ivan Mordisco' haviam retomado seus braços na primeira frente de dissidências, que, segundo o mesmo meio, mais tarde seria chamado de bloco do sudeste, devido à influência que eles tem em áreas como Guaviare, Meta e Vaupés.
As autoridades também acreditam que, atualmente, 'Gentil Duarte' e 'Iván Mordisco' também têm ligações com outras frentes dissidentes, como 7, 27, 16, 40, 47, 53 e 62, conforme noticiado ao jornal Bogotá. Até agora, nem o Exército nem a Polícia Nacional forneceram mais informações sobre o possível paradeiro de 'Gentil Duarte', mas ele é um dos mais procurados por causa de seu envolvimento com violência em áreas como a fronteira entre a Colômbia e a Venezuela.
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