Guido Bellido: bate-papos com outro funcionário revelam possível caso de tráfico de influência

Ele nomeou seu afilhado como assessor do Ministério do Turismo e pediu-lhe favores. Em troca, ele se reuniu com os empresários que o ex-assessor representava.

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Daniel Abarca foi nomeado conselheiro do Mincetur enquanto Guido Bellido era primeiro-ministro | VÍDEO: Panorama

O ex-premier e congressista Guido Bellido teria cometido o crime de tráfico de influência ou suborno ao pedir favores pessoais de seu afilhado político e “camarada”, Daniel Abarca, assessor do Ministério dos Transportes.

De acordo com um relatório do Panorama, tudo teria começado quando Pedro Castillo venceu as eleições. Naquela época, Abarca teria escrito a Guido Bellido para parabenizá-lo e lhe enviou seu currículo. Em 23 de julho, Bellido respondeu a ele para que lhe dissesse onde queria ser designado, ao que o outro responde “no Vice-Ministério do Turismo ou Direção Nacional de Desenvolvimento do Turismo”.

Mais tarde, quando Bellido assumiu a premierate, teria sido quando ele teria sido premiado com o cargo de assessor do Ministério do Turismo (MINCETUR), cobrando S/ 15.000 soles por mês. A partir desse momento, o deputado do Perú Libre teria escrito a ele para comprar ingressos e outros favores. O dinheiro que ele usou para pagar esses ingressos não pertencia a Abarca, mas a seu parceiro, a quem ele disse que pagaria em dinheiro.

Por outro lado, acontece que Guido Bellido também teve acesso a uma casa em Lima, oferecida pelo ex-conselheiro. Neste “bunker” foram realizadas reuniões com empresários que Abarca representou, 'Los Diegos'. Eles eram os empresários Diego Lombardero Lamas e Diego Aguinaga.

OFENSA DE INFLUÊNCIA, TRÁFICO OU SUBORNO

Segundo o especialista em direito penal, Carlos Caro Corioa, o que se vê nos chats é uma prática ilegal, uma vez que dois funcionários não devem trocar favores e benefícios em troca de cargo em entidade estatal ou licitações com empresas privadas.

Assim, os favores do ex-premier e do congressista poderiam custar a ele ser investigado por tráfico de influência ou suborno, corrupção.

No caso do “Camarada Daniel”, ser lobista de um casal de empresários do turismo também significa uma sanção administrativa ou o crime de patrocínio ilegal, negociação incompatível ou negociação de influência.

Em ambos os casos, ser condenado por comércio de influência pode condená-los a 8 anos de prisão.

ABARCA TAMBÉM ENVIOU FOTOS ÍNTIMAS DE SEU PARCEIRO PARA GUIDO BELLIDO

O pagamento de favores não seria a única coisa que Daniel Abarca fez, mas ele também enviou fotos íntimas de seu parceiro para Guido Bellido, que ele aprovado com um emoticon clássico e particular.

Isso foi relatado pela vítima, Jackeline Zuñiga, que foi parceira por sete meses do ex-conselheiro do MINCETUR, afilhado político de Guido Bellido.

“Não sei, neste momento, se o Sr. Bellido ou o Abarca têm mais fotos minhas. Fotos que foram tiradas na intimidade do meu relacionamento”, disse Zuñiga ao Panorama.

“De qualquer forma, o que resta para mim hoje é me defender e uma forma de me defender é informar, não tenho outra escolha”, acrescentou.

A mulher ressalta que ver sua fotografia no bate-papo que seu então parceiro teve com o ex-premier a levou a encerrar o relacionamento. Além disso, ele explicou não saber se lhe enviou por vontade própria ou se foram solicitados pelo deputado federal.

“É a minha foto, tiramos anos atrás e nunca imaginei que aquele homem fosse assim. Se houvesse mais, eu não conseguia mais ver. Naquele momento, fiquei nervoso e tentei reunir informações e assim que isso aconteceu, eu queria ir embora. Eu fiquei muito mal. Coleto informações e, como resultado disso, escapo e tenho que fugir”, disse.

Um juiz concedeu-lhe medidas de proteção e Abarca foi denunciado por violência e agressão sexual.

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