O candidato presidencial de Equipo para a Colômbia, Federico Gutiérrez, participou de uma conferência de imprensa nas instalações da prisão de La Picota para falar sobre o “perdão social”, a polêmica proposta que envolve seu oponente, Gustavo Petro. O ex-prefeito de Medellín também elaborou seu plano de combate à corrupção, à morte política e à reestruturação do Instituto Penitenciário e Prisional Nacional (INPEC).
A polêmica do “perdão social” surgiu depois que Juan Fernando Petro, irmão do candidato do Pacto Histórico, visitou a prisão de La Picota para falar com Iván Moreno, ex-prefeito de Bucaramanga e ex-congressista condenado pelo caso do carrossel de contratação em Bogotá. A reunião foi realizada porque os prisioneiros pediram para falar com a Comissão Inter-Igrejas para Justiça e Paz, da qual Juan Fernando Petro é membro.
Embora o senador tenha explicado que a reunião não teve nada a ver com sua campanha eleitoral, há quem indique — entre os Gutiérrez — que a reunião falaria de uma suposta redução das penas em troca de apoio político. No entanto, Petro afirmou recentemente que seu programa não inclui tal coisa. “Defendemos ao máximo a autonomia do Poder Judiciário e seu empoderamento. Nenhuma anistia ou perdão é proposto como eles agora nos enfrentam”, disse o candidato.
Apesar das explicações, o candidato da Equipe para a Colômbia insiste na ideia de que seria uma redução das penas para os condenados por corrupção. Por esse motivo, Gutiérrez se apresentou no La Picota a partir das 10:00 desta manhã de segunda-feira.
“Já vemos a extensão, o desejo e o desespero que eles têm de tentar obter votos através das piores pessoas corruptas do país e dos piores criminosos”, disse Federico Gutiérrez na coletiva de imprensa. Ele também pediu que o incidente seja investigado, “não é normal quando criminosos conhecidos supostamente começam a enviar convites ao seu povo para votar nessas candidaturas”, acrescentou, chamando a visita do irmão de Petro de “um desastre moral para o país”.
Proposta anticorrupção
Em ocasiões anteriores, o candidato de direita já havia mencionado que sua luta contra a corrupção incluía: prisão, morte política, perda de investidura e extinção de domínio. Essa ideia foi explicada em profundidade por La Picota porque prometeu que em sua campanha presidencial não terá vínculos com políticos destacados ou condenados por esse crime.
“Ver como a outra campanha chegou a este lugar para buscar votos dos corruptos, violentos e piores assassinos do país em troca de penas reduzidas ou tal perdão social é um dos piores escândalos que o país já experimentou”, disse na prisão.
Recorde-se que o requerente tem sido criticado por sua proximidade com a casa Char, que tem sido ligada a escândalos de corrupção e mostrou publicamente apoio a Gutierrez.
Inpec e morte política
Gutiérrez advertiu que as sentenças de prisão seriam aumentadas para mais de 40 anos para aqueles que cometeram atos contra fundos públicos e bem-estar social. Da mesma forma, será buscada a morte política, que consiste em não ser reeleito como servidor público ou poder administrar recursos públicos.
O candidato afirmou ainda que buscará trazer os processos de recrutamento para a Secop II e assim garantir a transparência e a fiscalização cidadã, tanto nos processos de obras quanto no recrutamento de funcionários públicos.
No que diz respeito ao INPEC, o candidato propôs o fim de certos privilégios usufruídos por algumas alas prisionais. “Esse procurador não pode continuar. Pavilhões onde estão os corruptos e os assassinos, onde com uísque e telefones celulares eles realizam partidos clandestinos e negociam votos para penas reduzidas”, comentou o ex-prefeito de Medellín. Lá ele voltou a levantar a ideia de reformar ou eliminar o INPEC e transferir suas funções para outra entidade.
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