No Uruguai, o setor de gás realizou uma greve que foi de sexta-feira, 8 de abril, sexta-feira anterior à Semana do Turismo, até segunda-feira 11 às 12:00, quando retomaram a atividade. A medida foi tomada no contexto da negociação coletiva na última reunião do sindicato no Conselho de Salários.
O conflito tem a ver com o fato de que “não corresponde à forma como as negociações estão ocorrendo”, disse Andrés Guichón, líder da Associação Trabalhista de Funcionários da Acodike (uma das empresas de supergas mais importantes do país), Andrés Guichón, e garantiu que sua declarações “não estão sendo levadas em conta”, segundo o jornal El País.
O que foi proposto foi uma “recuperação salarial de 4,8%” porque, segundo Guichón, “foi o salário que perdemos e entendemos que a hora de recuperá-lo é agora. As empresas não entendem dessa forma.”
“Recebemos uma proposta que é quase pior do que as diretrizes do Poder Executivo”, disse Favio Riveron, presidente da Federação Uruguaia de Funcionários de Comércio e Serviços (FUECYS), à Undersado.
Dessa forma, decidiram fazer uma paralisação e, além disso, não trabalhar horas extras até 25 de abril, quando ocorrerá a próxima reunião do Conselho.
No entanto, fontes do setor garantiram que poderia faltar garrafas se a situação não fosse resolvida e foi isso que aconteceu. No último domingo, 10 de abril, já havia vários bairros de Montevidéu e Canelones (dois dos departamentos mais populosos do país, ambos ao sul) onde não havia gás nos pontos de venda.
O senador do Partido Nacional, partido ao qual pertence o presidente Luis Lacalle Pou, Sebastián Da Silva, reclamou nas redes sociais sobre as consequências das ações do sindicato dos trabalhadores do gás no Uruguai, fazendo com que milhares de toneladas de arroz parassem de colher.
“As ações não são suficientes para atender à demanda e essa situação pode piorar nas próximas horas”, disseram fontes anônimas ao jornal El País este domingo.
Devido à falta de supergas ocorrida durante a semana no Uruguai, Da Silva disse que eles “não estão colhendo três mil toneladas de arroz por dia” devido à falta de gás nos secadores de “cururo plantas”.
“Motivo: medidas sindicais e distorções da empresa Rio Gas” (outra importante empresa de supergas no Uruguai), comentou o nacionalista. “Todo arroz deve ir para a secadora, caso contrário, o valor é 0 porque perde qualidade comercial”, disse ele e garantiu que os produtores não podem se abastecer porque, se o arroz não pode ser seco, “a debulha tem que ser interrompida”, disse ele ao Portal de Montevidéu.
“Portanto, estamos com mais do que apenas uma vara na roda é literalmente perfurar o barco onde se navega. A escassez se deve a medidas sindicais, além da vontade dos partidos, que são mantidos reféns de questões de terceiros no meio da safra”, disse o senador.
Da Silva acrescentou que já tinha estado em contacto com o Ministro da Indústria, Energia e Mineração, Omar Paganini, e o Diretor Nacional do Trabalho, Federico Daverede, que “estão a acompanhar de perto este problema” que foi descrito como “complexo”.
“Estamos aguardando a notícia de uma reunião para ver qual caminho seguir. Uma união que pára no meio da colheita, não ajuda a si mesma. Perder clientes é perder a capacidade de trabalho de seus membros sindicalizados, algo óbvio que eles deveriam assumir. Estaremos sempre ao lado de quem produz e arrisca realizar o desenvolvimento”, concluiu.
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