Comando Tlahuica: a ligação entre a foto de Cuauhtémoc Blanco e a morte de Evelin Afiune

A última vez que ela foi vista viva foi no domingo 24, quando foi sozinha a um Café Italiano para uma entrevista de emprego. Dois dias antes, às 18h09, a estudante de engenharia havia escrito para seu futuro entrevistador o seguinte: “Estou procurando trabalho apenas nos fins de semana (sábado e domingo)”

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Mais uma vez a fotografia que colocou o governador de Morelos, Cuauhtémoc Blanco, nas cordas, onde ele aparece posando com três líderes de crime organizado, deu o que falar, porque nesta ocasião um dos criminosos posando ao lado do presidente poderia estar ligado ao assassinato de Evelin Afiune Ramírez.

Na tarde de sábado, 26 de março, dois trabalhadores que trabalhavam em um canavial encontraram o corpo da jovem dentro de sacos de lixo pretos, cobertos com pedaços de papelão, em uma propriedade na cidade de Santa Inés, na cidade de Cuautla, Morelos.

A última vez que ela foi vista viva foi no domingo 24, quando foi sozinha a um Café Italiano para uma entrevista de emprego. Dois dias antes, às 18h09, a estudante de engenharia havia escrito para seu futuro entrevistador o seguinte: “Estou procurando trabalho apenas nos fins de semana (sábado e domingo)”.

Antes de seu desaparecimento, ele havia contatado pelo menos duas pessoas. A primeira apareceu em seu perfil no Facebook como “Mariana Sandoval”, e oferecia empregos de 700 pesos por hora, “mais bônus de 1.000 pesos”.

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As investigações policiais determinaram que, se as usuárias não fossem fisgadas por “Mariana Sandoval”, outros perfis apareceriam em suas contas, oferecendo empregos de um tipo diferente, embora todos “bem pagos”.

O segundo perfil que contatou Evelin Afiune foi de um Juan Pablo “P”: “Olá bom dia eu já te enviei uma caixa de entrada, você gosta de verificar sua caixa de entrada ou spam”. Os usuários do grupo em que Evelin foi contatada dizem que o proprietário dessa conta “convida insistentemente as jovens que procuram emprego a contatá-lo em particular”.

Um vídeo obtido no refeitório onde Evelin compareceu à entrevista de emprego possibilitou localizar sua companheira. De acordo com a versão das autoridades, o jovem estudante recebeu uma oferta de emprego como recepcionista em uma barbearia, localizada na rua Santa Inés.

Graças às câmeras de segurança de alguns vizinhos, foi possível determinar que Evelin chegou à barbearia no dia 24. Horas depois, Juan Carlos “N” foi visto saindo, que saiu por aí procurando caixas de papelão. Naquela manhã, uma câmera o pegou carregando os restos mortais em um “diabinho”, indo para o apantle onde foram encontrados.

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Quando o caso foi mediado, Juan Carlos “N” fugiu para Puebla, onde sua mãe mora. Sabe-se que de lá ele se mudou para Veracruz. A rede de tráfico que a morte de Evelin revelou, e que opera principalmente no leste de Morelos, pode fazer parte do grupo criminoso conhecido como Comando Tlahuica, chefiado por Humberto Figueroa Meza.

Deve-se acrescentar que a entidade onde Evelin foi assassinada já está sob o Alerta de Violência de Gênero em Morelos há sete anos, mecanismo emergencial que buscava prevenir a violência por feminicídio, a entidade ficou em primeiro lugar nacional em pastas de feminicídio em agosto de 2021.

Em 10 de agosto de 2015, a Comissão Nacional de Prevenção e Eliminação da Violência contra a Mulher (Conavim) emitiu o Decreto de Alerta à Violência de Gênero (AVG) para 8 municípios de Morelos, um dos quais é o local onde Evelin foi encontrada: Cuautla. Outros: Cuernavaca, Emiliano Zapata, Jiutepec, Puente de Ixtla, Temixco, Xochitepec e Yautepec.

O pedido foi apresentado pela Comissão Independente de Direitos Humanos de Morelos AC desde 2014 para todo o Estado de Morelos, através de um documento que analisou 13 anos de violência feminina desde 2000, levando a uma contagem de 530 feminicídios até o momento.

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