5 motivos para assistir “The Batman”, que já está na HBO Max

O filme de Matt Reeves, estrelado por Robert Pattinson, tem muitos méritos que o tornam único na saga do personagem. Com apresentações de Zoë Kravitz, Colin Farrell e Jeffrey Wright, entre outros, é uma experiência obrigatória para os fãs do Batman, e já está sendo transmitida

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“O Batman”, de Matt Reeves, chega ao streaming na plataforma HBO Max. (Warner Bros.)

Se você já viu os Batmans de Tim Burton (com Michael Keaton como o Batman), Joel Schumacher (com Val Kilmer e George Clooney) e os três de Christopher Nolan (com Christian Bale) você não pode perder este The Batman. Com algo do espírito clássico daquele filme dos anos sessenta de Leslie Martinson (com Adam West) e ao mesmo tempo uma notável independência dos caminhos já explorados ao longo da saga, o filme de Matt Reeves, estrelado por Robert Pattinson, oferece uma nova perspectiva sobre Batman, mais longe do vigilante milionário que é Bruce Wayne e mais próximo do detetive que ele era na história em quadrinhos original.

Se você não estava entre o público que deu ao Batman um extraordinário sucesso de público no mundo (US $735 milhões), ou se você estava entre esses públicos, mas quer vê-lo novamente, o filme está disponível para transmissão na HBO Max desde 18 de abril. Lembramos cinco razões pelas quais vale a pena:

1) O Batman de Robert Pattinson

Sério? O garoto da saga Twilight? Sim, sério. Pattinson conquistou um jovem Batman - ele só está na proteção de Gotham City há dois anos - e inteligente, mas ao mesmo tempo inexperiente e arrogante. “Não me importo com o que acontece comigo”, diz Bruce Wayne, mais motivado pela vingança do que pela sobrevivência, pelo futuro ou mesmo pela sanidade.

As dificuldades do personagem - suas contradições, sua ansiedade, suas áreas escuras - são vistas toda vez que Bruce Wayne aparece: ele não é o filantropo milionário e playboy que assume o peso de seu sobrenome. O Batman de Pattinson não parece estar em sua pele, mas quando ele está em seu terno blindado e atrás de sua máscara, e sua vida diurna é cheia de sacrifícios e omissões em favor da noite. Todo o espaço que Bruce dá ao morcego nesta versão, Pattinson o enche de energia dramática.

O Batman de Pattinson no filme dirigido por Matt Reeves só se sente confortável em seu terno blindado e atrás da máscara. (Warner Bros.)

Vale lembrar que, além de Crepúsculo, o ator britânico já trabalhou em outros complexos com grandes diretores, como Rainha do Deserto, de Werner Herzog, Cosmópolis de David Cronemberg, Tenet de Christopher Nolan e Z The Lost, de James Gray Cidade. Embora existam outras grandes atuações em O Batman, Pattinson carrega o peso principal da trama e arrasta os espectadores ao longo dela, aguardando sua sede de vingança e sua pesquisa sobre o passado de sua família.

2) O elenco

Zoë Kravitz como Mulher-Gato, Paul Dano como The Riddle, Andy Serkis como Alfred Pennyworth, Colin Farrell como O Pinguim, John Turturro como Carmine Falcone, e Jeffrey Wright como Jim Gordon acompanham Pattinson, e são outra boa razão para não perder este filme. A Mulher-Gato de Kravitz passou por traumas - como sua personagem em Kimi, e como o próprio Batman - e aprendeu com sua vulnerabilidade. Tanto pela implantação física quanto pela inteligência, é um bom par para o Batman.

O Pinguim de Farrell é outro destacado pelos críticos, pois dá um toque de estilo mafioso que aprimora seu humor. Gordon, de Wright, faz muito mais do que ligar o sinal do morcego e torcer para que tudo corra bem: ele estabelece um relacionamento com Batman como nunca visto antes, o que também permite que o lado detetive do personagem cresça.

Mas, sem dúvida, é o Dano Riddle que ganhou os aplausos mais altos. Ele não é o personagem delirante e super marcante que Jim Carrey interpretou: quando ele se entrega à polícia - parte de seu plano - ele é visto vestindo um uniforme de hospital psiquiátrico. Mais como um nerd, com grande habilidade em tecnologia e internet e um uso mestre das redes sociais, o cérebro que aparentemente gerou a onda de assassinatos dessa trama também colabora, de maneira estranha, com Batman: seus crimes são pistas para uma conspiração muito maior. E, enquanto isso, cria caos nas ruas de Gotham, porque isso é realmente coisa deles.

O desempenho de Pattinson não só honra mais o personagem dos quadrinhos: a história também. Porque o Batman sempre foi um detetive. É verdade que as versões que o público contemporâneo costuma ter focado mais na ação, mas - e sem falta - o filme de Reeves retorna a um Batman que analisa os fatos, os associa e avança uma investigação. Até mesmo sua tecnologia — seu traje, seu batmóvel — são o produto de sua própria pesquisa e realizações.

Se as habilidades de detetive de Batman foram suavizadas para dar origem à luta corpo a corpo ou à solidão daqueles que precisam se elevar acima da lei, esta versão recupera suas grandes capacidades como detetive, e as pistas que se seguem do primeiro assassinato mostram esse talento. E como em todo bom policial, quando se acredita que a verdade foi revelada, novas pistas mudam a história.

É nesse aspecto de Batman que Wright se parece com Gordon e Serkis como Alfred: com o primeiro o Batman analisa as cenas de alguns crimes; com o segundo, ele trabalha na decifração dos enigmas do Enigma.

E, como esperado, tudo isso acompanha uma ação perfeita, com sequências de luta seguidas por uma câmera requintada que se move ao ritmo do desejo de vingança e raiva do Batman. O uso habilidoso de iluminação mínima destaca os movimentos dos corpos e adiciona drama a eles. Até o Batmóvel participa dessas coreografias em completa harmonia, em particular em uma cena da perseguição do pinguim.

4) A escuridão de Gotham City

No filme de Reeves, Gotham City é muito mais do que apenas o lugar onde os eventos acontecem: quase se parece com outro personagem, com seu passado sombrio e futuro incerto, seus fracassos e suas lutas das quais seus vilões e heróis nada mais são do que um reflexo. Como nas visões de Burton, a história do Batman e a da cidade escura se entrelaçam.

Batman desce ao seu duro submundo para sua missão e os mostra de acordo com os comediantes: sombrios e ao mesmo tempo mágicos. Nem mesmo uma vez nas três horas do filme, as cenas são reduzidas ao cadáver no beco ou à luta em um terreno deserto.

A tristeza da cidade, na qual um vigilante mal acompanhado deve conter a implantação da máfia, é vista em sua chuva repetida e, claro, nas nuances tonais de suas noites.

5) Música e fotografia

As 29 faixas da trilha sonora de Michael Giacchino batem como o coração daquela cidade e a história que O Batman conta. Seu pulso se agita nas cenas de ação; a versão temática característica do personagem desacelera para se acomodar nas sombras e anuncia a coisa sinistra que está por vir. Giacchino (Up, Ratatouille, Lost) conseguiu acompanhar passo a passo o amplo arco emocional que Reeves imaginou. Além da composição original, você reconhecerá a Ave Maria de Franz Schubert, “Something in the Way” do Nirvana e outras peças do repertório popular.

Por sua vez, sem o diretor de fotografia Greig Fraser (que ganhou o Oscar por seu trabalho em Dune), a beleza sombria de Gotham City dificilmente poderia ter sido alcançada. Seu estudo de Caravaggio, Rembrandt e Vermeer parece ser visto no difícil equilíbrio de sua iluminação. A escuridão das cenas do crime compete igualmente com a pouca luz de esperança que Batman traz, e assim a fotografia se torna um elemento central deste filme noir.

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