Haia proferirá nova sentença para litígios marítimos entre a Colômbia e a Nicarágua

O tribunal internacional deve analisar a reivindicação da Colômbia contra a nação centro-americana, na qual alega que os direitos de pesca artesanal foram violados

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La isla caribeña de San Andrés apunta a ser el "Destino de playa líder en el mundo". EFE/Ricardo Maldonado Rozo/Archivo
La isla caribeña de San Andrés apunta a ser el "Destino de playa líder en el mundo". EFE/Ricardo Maldonado Rozo/Archivo

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia e os delegados nicaraguenses devem se apresentar no dia 21 de abril no Palácio da Paz, em Haia, onde ouvirão a decisão do tribunal internacional sobre supostas violações de direitos soberanos e espaços marítimos, iniciada em 2013, entre os dois países.

De acordo com a Rádio Caracol, a Corte Internacional dará seu veredicto sobre as reivindicações da Nicarágua contra a Colômbia por supostamente ter “violado o direito internacional”, por não cumprir a decisão proferida em 19 de novembro de 2012 e após as operações da Marinha no Mar do Caribe e no decreto da Zona Contígua Integral.

Além disso, o tribunal internacional também deve analisar a reivindicação da Colômbia contra a nação centro-americana, na qual alega que violou os direitos de pesca artesanal dos habitantes do arquipélago de San Andrés, especialmente contra a comunidade Raizal.

Essa decisão, lembra a estação de rádio, não mudará o que Haia decidiu em 2012 sobre os territórios marítimos dos dois países do arquipélago de San Andrés, na Colômbia, como todas as chaves.

Para tomar uma decisão, o Tribunal ouviu os dois lados. Para a Colômbia, a vice-presidente e chanceler, Marta Lucía Ramírez, o governador do departamento de San Andrés e Providencia, Everth Hawkins Sjogreen, a Marinha Nacional e o representante da comunidade raizal, Kent Francis James, falaram diretamente por causa de uma das atividades sobre as quais eles depender economicamente é a pesca ancestral e isso foi afetado pelo que foi decidido pela Corte em 2012. Por sua vez, o país centro-americano entregou as evidências que apoiariam sua alegação de não conformidade com a norma e o que foi emitido pelo Tribunal em 2012.

Como El Tiempo mencionou, a decisão terá ampla repercussão no próximo governo, que terá que abordar a questão e decidir a estratégia correta perante este tribunal internacional e contra a Nicarágua. Bem, no caso da Colômbia, a decisão não afeta apenas a questão da soberania, mas também uma receita econômica fundamental para as comunidades do arquipélago de San Andrés.

Esta notícia é importante para as partes porque é uma decisão que interfere na importância da soberania e dos espaços marítimos no Mar do Caribe. Isso porque, desde 2013, o regime de Daniel Ortega acusa o Estado colombiano de ter violado esse direito, mencionado nos acordos assinados em tratados internacionais pelos dois países.

A antropóloga Maria Catalina García, doutoranda em Geografia e Desenvolvimento Internacional na Universidade de Amsterdã (Holanda), analisou as implicações sócio-legais do caso realizado antes de Haia, e que teve um novo capítulo nas últimas semanas em audiências onde a Colômbia atendeu às demandas e reclamações da Nicarágua sobre uma suposta violação da decisão de fronteira marítima.

De acordo com a pesquisa de García, divulgada pela Universidad Nacional de Colombia, a vida cotidiana ao redor do mar do arquipélago de San Andrés, Providencia e Santa Catalina mudou durante o conflito e impactou tanto os meios de subsistência das comunidades envolvidas quanto seu meio ambiente.

“As consequências deixadas por mais de duas décadas do conflito fronteiriço entre Colômbia e Nicarágua se traduzem em mudanças na dinâmica espacial entre as populações do território étnico, impactos na subsistência econômica dos raizales devido às implicações para a pesca artesanal, bem como desvantagens na implementação de ações concretas para preservar o ambiente marinho da Reserva da Biosfera Seaflower”, indicaram além do estudo.

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