A Procuradoria-Geral da República já tem em seu poder o arquivo sobre o ocorrido na operação do Exército em Putumayo

Além do relatório, foi recebido um arquivo com o inquérito preliminar aberto pelo Exército sobre a operação controversa que teria sido um falso positivo.

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Foto de archivo. Soldados del Ejército Nacional de Colombia hacen guardia durante una operación de erradicación de cultivos de coca en Tarazá, en el departamento de Antioquia, Colombia, 10 de septiemre, 2019. REUTERS/Luis Jaime Acosta
Foto de archivo. Soldados del Ejército Nacional de Colombia hacen guardia durante una operación de erradicación de cultivos de coca en Tarazá, en el departamento de Antioquia, Colombia, 10 de septiemre, 2019. REUTERS/Luis Jaime Acosta

O debate sobre a legitimidade da operação do Exército Nacional da Colômbia, realizada em Putumayo, em março passado, permanece aberto. Enquanto as forças de segurança argumentam que suas ações foram realizadas sob plena legalidade, a comunidade, com a ajuda de jornalistas investigativos, denunciou que a manobra é resultado de execuções extrajudiciais. O Gabinete do Procurador, que agora está realizando investigações sobre os fatos, tem em sua posse dois folhetos com mais de 300 páginas contendo o relato do que teria acontecido naquele dia.

O que foi relatado inicialmente é que em 28 de março 11 pessoas pertencentes aos dissidentes das FARC desaparecidas haviam sido mortas. No entanto, a descoberta do corpo de um menor dentro dos supostos guerrilheiros e o de uma mulher grávida chamou a atenção. Da mesma forma, destacaram os depoimentos de sobreviventes que argumentaram que não eram guerrilheiros de nenhum grupo criminoso.

As mortes dessas pessoas ocorreram na aldeia Alto Remanso, em Puerto Leguizamo, onde, segundo a comunidade, foi realizado um bazar. O Exército Nacional contrariou esse esclarecimento e afirmou que não havia partido naquele local e que, por sua vez, era um lugar onde as drogas eram negociadas. “As 11 pessoas pertencem à estrutura criminosa do Gaor 48 (...) era um centro de coleta onde ele comercializava pasta-base de cocaína”, argumentou a instituição.

As perguntas que a Procuradoria-Geral da República tenta responder, lideradas por seu delegado, Javier Sarmiento, entre outros, estão relacionadas a quem atacou quem primeiro e se os 11 alvos foram identificados anteriormente. De acordo com essa entidade, embora houvesse mais de uma dúzia de mortos, apenas uma pessoa havia sido identificada. O Gabinete do Procurador solicitou que “seja informado se devido aos eventos relacionados com a Inspecção Geral das Forças Militares ou qualquer unidade militar, realizou a abertura de um inquérito preliminar ou investigação disciplinar”.

Para este fim, foi recebido um arquivo com o inquérito preliminar aberto pelo Exército sobre a operação controversa que teria sido um falso positivo. O recorde é 19/0/2022.

O general do Exército Nacional, Eduardo Zapateiro, defendeu a operação em várias ocasiões, no entanto, foi em entrevista à RCN News que detalhou que se tratava de uma ação totalmente justificada em direitos humanos e direito internacional humanitário. “Uma operação planejada e acompanhada por uma inteligência dominante, por parte da inteligência naval e apoiada pela inteligência militar, dirigida contra uma estrutura criminosa, o Gaor 48, que se autodenomina 'Comandos de Fronteira'”, disse o alto comando ao diretor desse meio de comunicação, José Manuel Acevedo, no dia 11 de abril.

Nessa mesma palestra, ele ressaltou que não foi a primeira vez que menores ou mulheres grávidas foram afetadas nesse tipo de operação. “Eles estavam em combate, estavam na linha dos mortos (...) quando as tropas chegaram, a equipe de reconhecimento e vigilância chegou ao ponto de segurança, foi possível ver que há uma coleta de coca, bazar, o que você quiser chamar, mas lá eles estavam negociando coca porque no madrugada toda a parte da coca que eles já haviam deixado negociada e ficar no bazar bebendo cerveja.”

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