A contagem regressiva está chegando ao fim: nesta terça-feira, 19 de abril, as portas de Corferias se abrirão para receber milhares de leitores, acadêmicos, escritores que gostam da cultura literária na Feira Internacional do Livro de Bogotá -FilBO-, entre outros. Várias novidades fazem desta uma das edições mais esperadas dos últimos anos, e uma delas é o retorno ao presencial.
A outra novidade - como todos os anos - tem a ver com o convidado de honra: a Coreia do Sul, além de ser uma aliada histórica da Colômbia, tem um amálgama cultural digno de conhecer não só no nível literário, mas também em termos de cinema, música e tudo relacionado à arte e às indústrias criativas. Portanto, Juan Carlos Caiza, embaixador colombiano na Coréia do Sul, conversou com a Infobae Colômbia sobre a importância de este país fazer parte do FilBO 2022.
“Nesses 60 anos de relações, a relação - Colômbia-Coréia do Sul - cresceu em vários níveis. Há 71 anos, a Colômbia enviou tropas para a Guerra de Correa e em 1962 foram criadas relações diplomáticas entre os dois países. Em 2011, foi alcançado o posto de relacionamento estratégico. Em 2016, a Colômbia e a Coréia têm um acordo de livre comércio e, em 2021, o presidente Duque faz uma visita à Coréia, levando essa relação bilateral para um novo cenário que tem sido chamado de inovação inclusiva, sustentável e digital”, diz o embaixador a este meio de comunicação, acrescentando que a melhor maneira de honrar esses relacionamentos é através da promoção da cultura.
Caiza Rosero também comentou que o cenário ideal para promover a cultura de ambos os países como exemplo de relações entre as duas nações é o FilBo, uma vez que essa diplomacia é realizada “promovendo algo que circula pela língua, de cada país, e é uma etapa em que convidamos colombianos e Autores coreanos traduzem seus trabalhos para que possam se conhecer tanto na Colômbia quanto na Coréia. Eu acho que em um nível cultural, isso nos permitirá conhecer a nós mesmos como sociedade e no palco humano”.
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Outro tema que o funcionário destacou foi a atração especial dos jovens para a cultura sul-coreana, afirmando: “Se você comparar a Coréia com a Colômbia, podemos ver que há algo diferente, mas muito interessante e tem a ver com o impacto cultural que a Coréia tem no mundo do demonstração de sua cultura, que é chamada de diplomacia pública ou soft power”; este é um trabalho meticuloso no qual o governo e o setor público-privado coreano vêm desenvolvendo há mais de 25 anos, uma campanha para o empreendedorismo cultural, indústrias criativas, e vemos como em mais mais de duas décadas, eles conseguiram posicionar filmes, dramas, reality shows, séries Netflix e música com K-pop e a promoção de diferentes grupos musicais”.
O embaixador também informou à mídia que no próximo fim de semana o Ministro da Cultura coreano chegará à Colômbia e “uma delegação composta por seis escritores, um deles, que foi o tradutor de 13 obras de Gabriel García Márquez para o coreano, além de oito jornalistas internacionais que verão o país do pavilhão convidado para homenagear”. Ele também especificou que, embora não esteja no lançamento do FilBO, participará do encerramento, conhecendo uma das visitas mais importantes que serão no festival literário.
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Caiza explicou que o ex-secretário-geral da ONU chegará ao país no dia 28 de abril, já que nos dias 29 e 30 do mesmo mês terá uma série de eventos no âmbito da Feira do Livro, sendo este último dia o lançamento de seu mais recente livro 'Resolvido', traduzido para o espanhol.
Nessa ordem, ele observou:
Outro fator a ser levado em consideração em meio ao fortalecimento das relações entre os dois países é a economia laranja, e diante disso, Caiza indicou que, em agosto do ano passado, os líderes dos dois países “assinaram com seus respectivos ministros quase 12 instrumentos de cooperação. Um deles é chamado de memorando de entendimento das indústrias criativas, e vemos como a Colômbia já tem um cenário de incentivos financeiros e fiscais para questões de economia laranja”.
“A Coreia é atualmente um dos países com maior impacto no desenvolvimento com inovação de conteúdo digital. É por isso que com este documento assinado pelas indústrias criativas, o que queremos é começar a promover todo esse tipo de conteúdo digital e unir o sucesso da Colômbia na América Latina nas indústrias criativas, e é por isso que há dois anos e meio começamos, com escritores colombianos e coreanos, a tente comunicar e gerar esses espaços por meio da literatura. A mensagem é que a cultura é o apoio das relações diplomáticas”, disse o funcionário com sede na Coreia do Sul.
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