Até agora, na Colômbia, existem dois tipos de divórcio, o que é dado por mútuo acordo e o que é dado sem acordo. Neste último caso, um dos nove motivos para a dissolução matrimonial, incluído no artigo 154 do Código Civil, deve ser apresentado. Mas isso estaria perto de mudar.
A Primeira Comissão da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que visa libertar o divórcio na Colômbia, notícia confirmada pelo representante da Câmara para Valle del Cauca, Juan Fernando Reyes Kuri, que lidera esta iniciativa.
Segundo o deputado, “hoje o divórcio não é permitido com a vontade exclusiva de um dos cônjuges, só é permitido por motivos específicos incluídos no Código Civil. O que procuramos é adicionar uma nova causa que seja pela vontade exclusiva de qualquer um dos cônjuges”.
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A respeito disso, Reyes Kuri explicou que os casais que desejam se divorciar só terão que ir a um juiz e expressar sua vontade. “É claro que as obrigações dos filhos e do outro cônjuge devem ser respeitadas, se houver, mas o divórcio gratuito está garantido na Colômbia e isso é um passo em frente para as liberdades no país”, disse o congressista. A iniciativa tem três debates restantes para se tornar uma Lei da República.
Os últimos números divulgados pela Superintendência Nacional de Notários e Registro, em 29 de março, revelaram que os casos de divórcio na Colômbia aumentaram em 2021. Segundo a agência, no ano passado foram registrados 16.657 divórcios no país, enquanto, em 2020 e 2019, o valor foi de 10.305 e 15.797, respectivamente.
No projeto de lei, os congressistas que estão promovendo esse novo terreno incluíram um processo chamado de “proposta de divórcio”. “Deve haver obrigações de alimentos estabelecidas entre casais, liquidação da sociedade e, se eles tiverem filhos, serão alcançados acordos de custódia, visitação e parentalidade. Isso é extremamente importante e não devemos ignorá-lo”, disse Reyes Kuri.
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Esta iniciativa também tem como representantes de autores Katherine Miranda e representante para a câmera Julián Peinado. A deputada da Aliança Verde disse que “as decisões individuais dos cônjuges continuam a ser respeitadas para avançar com o processo de divórcio livremente, sem afetar os direitos do parceiro ou dos filhos”, disse Miranda.
O relatório da Superintendência de Notários e Registros informa que Bogotá, Medellín, Cali, Bucaramanga e Pereira continuam sendo as cidades onde o casamento e o divórcio são mais frequentemente registrados.
Estes são os nove fundamentos estabelecidos no artigo 154 do código civil:
1. Relações sexuais extraconjugais de um dos cônjuges.
2. A falha grave e injustificada de um dos cônjuges em cumprir os deveres impostos a eles por lei como tal e como pais.
3. Os ultrajes, o tratamento cruel e os maus-tratos do trabalho.
4. A embriaguez habitual de um dos cônjuges.
5. O uso usual de substâncias alucinógenas ou narcóticas, a menos que prescrito por um médico.
6. Qualquer doença ou anormalidade grave e incurável, física ou psíquica, de um dos cônjuges, que ponha em risco a saúde mental ou física do outro cônjuge e impossibilite a comunidade matrimonial.
7. Qualquer conduta de um dos cônjuges destinada a corromper ou perverter o outro, um descendente ou pessoas sob seus cuidados e viver juntos sob o mesmo teto.
8. A separação de corpos, judicial ou de fato, que dura mais de dois anos.
9. O consentimento de ambos os cônjuges expresso perante o juiz competente e reconhecido por este último por sentença.
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