Além da tempestade política enfrentada pelo candidato presidencial Gustavo Petro por sua proposta de “perdão social” é outro aspecto - bastante controverso -: o apoio de Fabian Sanabria, o professor da Universidade Nacional da Colômbia, acusado de suposto abuso sexual de vários de seus estudantes.
A defesa do sociólogo foi gravada em vídeo, depois que o ex-vereador Hollman Morris, amigo íntimo de Petro, o convidou para seu programa no Terceiro Canal, no qual ele tentou justificar a proposta do candidato para o Pacto Histórico.
Para o acadêmico, o perdão social de Petro não é uma ideia tão rebuscada, como vários políticos de diferentes setores apontaram. Além disso, Sanabria diz que esse tipo de anistia não é dado a “la topa tolondra”. Essa foi a intervenção dele:
Em seu discurso, amplamente divulgado nas redes sociais com mensagens de indignação, o suposto agressor justificou de alguma forma a ideia de Petro, que se diz beneficiar vários presos condenados por corrupção, como os irmãos Iván e Samuel Moreno, protagonistas do chamado carrossel de recrutamento em Bogotá.
“O que vemos na Colômbia, infelizmente, é que é uma sociedade doente (...) somos uma sociedade que estamos no 'olho por olho e dente por dente'. Estamos em um mundo de apontar, para a esquerda e para a direita, para cima e para baixo”, disse a professora universitária.
Posteriormente, Sanabria tentou fazer um símile entre uma doença intestinal e o perdão social que o ex-prefeito de Bogotá teve no olho do furacão por alguns dias. “A sociedade não pode curar sua flora intestinal se definitivamente não consumir um pouco de aveia e fibra. A proposta de perdão social (...) é uma proposta ética, e é claro que leva gerações, leva décadas, mas deve ser apontada, deve ser encaminhada (...) Não é uma irresponsabilidade imediata”, respondeu o professor durante o programa Hollman Morris, que incendiou nas últimas eleições legislativas quando foi realizada uma cadeira no Senado para o movimento da Força Cidadã.
Em janeiro de 2022, a Procuradoria-Geral da República apresentou o professor universitário perante um juiz de garantia e o acusou do crime de acesso carnal violento agravado pela confiança.
Segundo o promotor, a determinação é dada em resposta à denúncia apresentada em 23 de julho de 2020 pela Comissão Feminista de Assuntos de Gênero do Departamento de Antropologia da Universidade Nacional, na qual responde por diferentes queixas de alguns professores ligados a esse educacional instituição. Por esse motivo, foi necessário criar um grupo de trabalho dentro da Unidade de Ofensas Sexuais da Diretoria Seccional de Ministério Público de Bogotá, a fim de realizar um estudo e análise aprofundados de cada um dos casos apresentados.
De acordo com o Ministério Público, o réu convocou em seu apartamento, localizado no setor de Las Aguas, no centro de Bogotá, um jovem que estava interessado em receber um currículo para conseguir um emprego, mas teria aproveitado as dificuldades financeiras de seu aluno e supostamente o forçado a fazer sexo com ele.
As polêmicas acusações contra o professor fizeram com que ele questionasse veementemente Petro nas redes sociais, a ponto de vários o repreenderem por receber defesas de personagens polêmicos como Sanabria ou, como já foi dito nas últimas horas, de Marcos de Jesús Figueroa García, mais conhecido como “Marquitos Figueroa” ou seu pseudônimo de “El perrero de los malcriaos”, um narcotraficante, contrabandista, ex-paramilitar e assassino colombiano.
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