Um grupo de congressistas da Aliança Verde, a Lista de Decência, o Partido dos Comuns e o Partido Liberal apresentaram em 12 de abril uma proposta perante a Câmara dos Deputados citando o ministro da Defesa Diego Molano para debater uma moção de censura sobre o resultado da operação militar realizada em 28 de março por o Exército Nacional na aldeia Alto Remanso, no município de Puerto Leguizamo (Putumayo).
A questão criou um grande rugido na sociedade e na política colombiana, então o senador do Polo Democrático, Iván Cepeda, manteve um diálogo com a Rádio Caracol no qual garantiu que o que se espera com a convocação feita ao ministro Molano é que ele renuncie ao cargo.
“Haverá um pedido de explicações e vamos pedir que o ministro da Defesa seja censurado e que ele abandone seu cargo, esse caso é extremamente grave”, disse o senador progressista.
Para justificar o pedido e fazer com que a moção demonstre o descumprimento do Direito Internacional Humanitário -IDH-, o político comentou que sua Comissão de Paz viajará para Puerto Leguizamo em Putumayo para coletar testemunhos sobre o que aconteceu em uma operação militar. Apesar de o Exército e as autoridades terem justificado a operação e indicado que todos os protocolos foram respeitados, os depoimentos dos moradores indicam o contrário.
“Havia entre 30 e 50 pessoas que são civis, como disse a ONU, mas houve manipulação da cena do crime, ou como as vítimas foram apresentadas. Há uma série de provas e testemunhos, há um governador indígena, os povos indígenas têm sido adversos ao uso da violência, à morte de seus líderes, governadores, é essa explicação de que o governador faz parte de uma dissidência, além do renomado presidente da ação comunitária, sua esposa grávida, menor de idade”, explicou Cepeda.
Por sua vez, um alto funcionário indicou que enfrentar tal controle político é uma de suas funções como funcionário público, razão pela qual: “Como Ministro da Defesa, sempre participaremos dessas sessões de controle político como deveríamos em nosso papel, com a certeza de que temos forças militares e uma força policial na Colômbia, o objetivo principal é combater os inimigos do país para garantir a vida e a tranquilidade em qualquer canto do território”.
Ele argumentou que a operação foi planejada há cinco meses antes de dar luz verde, e que a inteligência da Marinha tinha informações sobre a presença de grupos ilegais no território, que realizavam atividades relacionadas ao tráfico de drogas. Ele também observou que o objetivo da operação era dar efeito a um mandado de prisão e no processo “todos os protocolos de Direito Internacional Humanitário foram cumpridos”.
As declarações do ministro foram apoiadas pelo comandante das Forças Militares, general Luis Fernando Navarro, que alegou que a operação estava tentando afetar uma rede ilegal que vinha cometendo crimes na região.
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