Um painel da Organização Mundial do Comércio (OMC) ficou do lado do México em uma disputa que mantinha com a Costa Rica desde 2015 sobre restrições à importação de abacates mexicanos e considerou o país discriminado os produtos mexicanos sem evidências científicas de possíveis riscos à saúde.
Essa controvérsia surgiu em abril de 2015, quando o Serviço Fitossanitário do Estado da Costa Rica (SFE) suspendeu a importação de abacates do México, citando um suposto “alto risco” decorrente da importação de abacates mexicanos devido à possível presença do viróide mancha del sol (ASbVd), o secretário da Economia do México.
O painel considerou que a avaliação de risco à saúde apresentada pelo país centro-americano carecia de base científica suficiente, confirmando que as medidas impostas são incompatíveis com o Acordo SPS porque não se basearam em uma avaliação de risco adequada às circunstâncias, e discriminam contra abacates mexicanos contra abacates costarriquenhos.
O governo mexicano destacou que o painel endossou que o abacate exportado é destinado ao consumo humano e não representa nenhum risco para a saúde da cultura, como mostra mais de duas décadas de comércio ininterrupto, sem qualquer registro de acidente devido à exportação de abacates mexicanos para o resto do mundo.
O México reclamou em 2017 que a Costa Rica estava restringindo indevidamente a importação de abacates frescos, e um painel de solução de controvérsias está examinando o caso desde 2019.
O Ministério da Economia disse que nosso país continuará defendendo os interesses de sua indústria e buscará o cumprimento das obrigações internacionais da Costa Rica.
Em fevereiro deste ano, os Estados Unidos suspenderam a proibição da inspeção de abacates mexicanos e retomaram as exportações da fruta depois que foram temporariamente suspensas devido a ameaças de um grupo armado a um inspetor americano que estava em Michoacán.
A suspensão das inspeções havia ameaçado as exportações de abacates do México, estimadas em cerca de US $3 bilhões por ano, e levantou a possibilidade de aumento dos preços desse produto para os consumidores dos EUA.
O embaixador Ken Salazar disse que a decisão veio depois que o México e os Estados Unidos concordaram em “tomar medidas para garantir a segurança” dos inspetores encarregados de garantir que os abacates mexicanos não transmitam doenças ou pragas que possam prejudicar os jardins americanos.
O Departamento de Agricultura dos EUA disse que o inspetor recebeu uma ameaça “contra ele e sua família”. Ele especificou que o inspetor havia “questionado a integridade de uma determinada remessa e se recusado a certificá-la por razões específicas”.
Michoacán é o único estado mexicano certificado como livre de pragas e capaz de exportar abacates para o mercado dos EUA. Os relatos se multiplicaram de que alguns embaladores mexicanos compram abacates de outros estados que não são certificados e tentam fazê-los passar por serem de origem Michoacán.
Este episódio representou um alerta para a economia mexicana, já que nosso país cobre quase 92% da compra por importação deste futo nos Estados Unidos e em algum momento foi avisado que as empresas importadoras poderiam se sentir motivadas a procurar outros fornecedores além do México.
Perú, Colômbia e Chile já enviam abacates para os Estados Unidos, mas em quantidades que são apenas uma pequena fração da produção do México, no entanto, para os agricultores de Michoacán, é um ponto que deve ser cuidado o máximo possível.
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