Exército equatoriano apoiou militares colombianos para a operação realizada em Putumayo

“Digo-lhe, querido Eduardo, que temos e compartilhamos minhas próprias preocupações”, comentou o comandante do Exército equatoriano, Luis Enrique Burbano

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El comandante del Ejército de Colombia, General Eduardo Zapateiro. EFE/ Mauricio Dueñas Castañeda/Archivo
El comandante del Ejército de Colombia, General Eduardo Zapateiro. EFE/ Mauricio Dueñas Castañeda/Archivo

O Exército colombiano foi submetido a dezenas de perguntas por causa da operação realizada em Putumayo em 28 de março. Embora as forças de segurança e o Estado tenham assegurado que as ações foram realizadas sob toda a lei, a comunidade, com a ajuda de jornalistas, denunciou que civis foram mortos no local. O Exército equatoriano garantiu que compartilha as mesmas preocupações de seus pares colombianos e que apoia o general Eduardo Zapateiro.

O comandante dessa instituição geral equatoriana, Luis Enrique Burbano, destacou que os atos criminosos que afetam essa área da Colômbia têm um “efeito incidental” na fronteira com o Equador. “Compartilhamos a mesma preocupação das autoridades colombianas com a presença de grupos ilegais nas áreas fronteiriças de ambos os países que estão afetando a ordem pública”, disse o funcionário.

“Ao saber dos atos violentos que grupos irregulares na Colômbia estão realizando no departamento de Putumayo, cujos efeitos também afetam as províncias fronteiriças, principalmente em Sucumbíos, digo-lhe, caro Eduardo, que temos e compartilhamos minhas preocupações”, acrescentou o general equatoriano.

O alto comando das forças públicas equatorianas enfatizou que reforçará as ações para evitar qualquer atitude violenta das quadrilhas criminosas colombianas instaladas perto da fronteira.

Nesta semana, o Escritório de Direitos Humanos da ONU na Colômbia questionou a operação militar realizada na Vila Alto Remanso, em Puerto Leguizamo, Putumayo. 11 pessoas morreram lá. A entidade pediu ao Ministério Público que “conduza uma investigação minuciosa” e que tome “todas as medidas disciplinares e criminais para processar e punir os responsáveis pelo ocorrido”.

Essa organização destacou que um bazar estava sendo realizado na área para arrecadar fundos, do qual cerca de 200 pessoas haviam participado. “Em 28 de março, em Alto Remanso, teria sido iniciada uma operação realizada por várias unidades militares em que foram usadas armas de fogo, enquanto 30 a 50 pessoas estavam no bazar, incluindo crianças e mulheres (...) Como resultado da operação militar e do uso de força letal, pelo menos onze pessoas foram mortas em Alto Remanso e mais cinco ficaram feridas”, lê-se no comunicado.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU na Colômbia alertou que, “sob o Direito Internacional dos Direitos Humanos, o uso intencional de armas letais só pode ser feito quando for estritamente inevitável e com o objetivo de proteger a vida”.

Em entrevista à RCN News, o comandante do Exército Nacional, general Eduardo Zapateiro, disse que não era um bazar e que, ao contrário, era um “centro de coleta onde ele comercializava pasta-base de cocaína”.

Da mesma forma, ele confessou que não foi a primeira vez que menores e mulheres grávidas foram afetadas por uma operação do Exército. Nesta ação das forças de segurança, morreram Brayan Santiago Pama, menor de 16 anos; Ana María Sarrias, uma mulher grávida; Divier Hernández, presidente do Conselho de Ação Comunitária; e Pablo Panduro Coquinche, Governador Indígena do Cabildo Kicwa Bajo Remanso.

“Não é a primeira operação em que caem mulheres grávidas, onde menores que são combatentes, combatentes colombianos (...) Foi uma operação planejada e acompanhada por uma inteligência dominante dirigida contra uma estrutura criminosa, o Gaor 48", disse ele em sua conversa com aquele meio de comunicação.

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