Cruz Vermelha encontra três corpos que corresponderiam às vítimas do conflito armado em Antioquia

Os restos mortais foram encontrados entre os municípios de Dabeiba e Mutatá. Os eventos de desaparecimento forçado teriam ocorrido há 16 anos

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En lo que va de año, el Comité Internacional de la Cruz Roja (CICR) ha facilitado en Colombia la liberación de al menos doce personas que estaban en poder de grupos armados. EFE/Archivo
En lo que va de año, el Comité Internacional de la Cruz Roja (CICR) ha facilitado en Colombia la liberación de al menos doce personas que estaban en poder de grupos armados. EFE/Archivo

Uma missão da Cruz Vermelha Internacional (CICV) chegou na tarde de quarta-feira, 13 de abril, na zona rural do município de Dabeiba (Antioquia). A equipe formada por forenses, psicólogos, líderes de busca e equipes de resgate, conseguiu encontrar os restos mortais de três homens, que aparentemente desapareceram há 16 anos em Urabá, em Antioquia.

A organização humanitária observou que a descoberta ocorreu em áreas rurais entre Dabeiba e Mutata, em um ponto apontado pelas famílias dos homens, que pediram ajuda ao Comitê Internacional e comentaram que não puderam retornar ao local devido às condições dos armados conflito.

Por meio de sua conta no Twitter, o CICV deu a notícia desse processo: “Após 7 horas entre carroças e cavalos, conseguimos chegar ao ponto na zona rural de Dabeiba, onde pai, filho e outro homem estavam enterrados desde 2006, quando, devido ao conflito armado, suas famílias tiveram que deixá-los lá sem o possibilidade de recuperar seus restos mortais”.

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Infobae

Após o trabalho sobre o ponto interveniente, a comissão internacional disse: “Agora, os restos mortais desses homens estão em Medicina Legal para identificação. Enquanto isso, suas famílias recebem apoio psicossocial. As famílias de pessoas desaparecidas merecem saber onde estão e o que aconteceu com seus entes queridos”, diz o segundo grupo trino do CICV na Colômbia.

Este município de Urabá, em Antioquia, foi um dos mais afetados durante o conflito armado na Colômbia. De acordo com dados do Registro Único de Vítimas, 324 casos de desaparecimento forçado foram documentados nesta área do país. No entanto, organizações da região relataram que o paradeiro de mais de 1.000 pessoas é desconhecido até o momento.

O Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado (Movice) alega que várias dessas vítimas foram mortas e enterradas como NN, em um dos seis cemitérios que estão localizados no município.

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Da mesma forma, o Movice observou a cumplicidade das forças de segurança em atos de desaparecimento forçado na região. Isso também é reconhecido por vítimas como as agrupadas na zona humanitária de La Balsita, que desde 2005 denunciaram publicamente os desaparecimentos forçados cometidos por paramilitares, com o apoio de batalhões ligados às 4ª e 17ª brigadas do Exército Nacional.

Note-se que, desde 15 de agosto de 2019, a Movice solicitou ao PEC a prorrogação do pedido de medidas cautelares, para incluir a proteção de corpos de pessoas dadas como desaparecidas, sobre os seis cemitérios localizados no município de Dabeiba.

De acordo com o relatório da Cruz Vermelha de 2021, o flagelo do desaparecimento ainda está presente no país, já que no último ano foram relatados 168 casos de pessoas cujos vestígios ou contatos foram perdidos, dos quais 79% estavam concentrados nos departamentos de Norte de Santander, Nariño, Cauca, Arauca, Valle del Cauca e Antioquia.

A organização internacional também destacou em seu relatório anual que os desafios para a busca de pessoas desaparecidas são múltiplos e complexos. “Portanto, é essencial que haja vontade política de priorizar a atenção ao problema e responder às necessidades dos familiares. A indiferença não pode continuar sendo a resposta de uma sociedade a um fenômeno que deixou milhares de vítimas e que continua presente no país”.

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