“Corrupção é o que não nos permitiu melhorar mais em qualidade”: Superintendente de Saúde

Fabio Aristizábal informou que 400 hospitais estão em crise devido a administrações precárias

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Personal médico atiende a pacientes en Bogotá (Colombia), en una fotografía de archivo. EFE/Mauricio Dueñas Castañeda
Personal médico atiende a pacientes en Bogotá (Colombia), en una fotografía de archivo. EFE/Mauricio Dueñas Castañeda

O sistema de saúde na Colômbia tornou-se relevante durante a pandemia, tanto que o governo nacional teve que aumentar seu investimento para remediar dívidas que ultrapassavam 11 bilhões de pesos, dos quais, segundo o Ministério da Saúde, 6,2 bilhões foram cobertos.

“Recebemos contas de 11 bilhões de pesos em atraso que afetaram gravemente IPS e hospitais”, disse Femando Ruiz, ministro da Saúde há algumas semanas, e argumentou que seria realmente 7,3 bilhões, porque o superávit era devido, que não existia ou já estava pago. Atualmente, “pagamos $6,2 bilhões e antes de agosto fecharemos com $7,3", disse o funcionário. Isso significa salvar o passado histórico de dez anos em que o sistema e as instituições estavam carregando dívidas brutais”.

Apesar dos esforços que têm sido feitos para que o sistema funcione corretamente, segundo o superintendente de saúde, Fabio Aristizábal, o problema continua sendo a corrupção que foi criada em torno dos centros de atendimento e que hoje deixou profissionais sem pagamento, clínicas e hospitais fechados, EPS falido e assim por diante.

No diálogo que manteve com a mídia colombiana, ele também disse que, nos últimos 10 anos, mais de 70 formas de saque foram encontradas para roubar dinheiro da saúde e que as máfias que o fazem são compostas por governantes, gerentes, advogados, administradores e inúmeros personagens.

“Nos últimos anos, descobrimos mais de 70 maneiras de saquear para roubar dinheiro da saúde. É como a Hidra da mitologia grega: toda vez que cortamos uma cabeça, duas aparecem”, disse o superintendente.

Um exemplo é um caso que soou novamente em 3 de abril, no qual quatro pessoas foram condenadas por usar dinheiro da saúde para campanha política em La Guajira. O ato de corrupção ocorreria em 2011, após a conclusão de um contrato entre o Gabinete do Prefeito Albanês, em La Guajira, e o Hospital San Rafael. O acordo de 18,9 bilhões de pesos buscou desenvolver um programa de saúde para prevenir a mortalidade entre crianças e mães grávidas.

As evidências coletadas pelo órgão de investigação mostraram que os beneficiários dos contratos múltiplos tinham que cumprir três requisitos: ter seu cartão de cidadania registrado para votar na Albânia, ser seguidores do atual candidato à governadoria e aceitar um pagamento menor do que estabelecido nas ordens para a prestação de serviços.

A esse respeito, Aristizábal fez um importante alerta sobre as consequências que a corrupção tem para o sistema: “Encontramos mais de 400 hospitais públicos que estão em crise devido a administrações precárias e tivemos que intervir à força em 17 deles para começar a recuperá-los”.

Ele concluiu: “Seria inútil mudar as regras, o modelo, o próprio sistema e até as leis, se quisermos permitir que os mesmos atores que continuam a aproveitar os recursos da saúde persistam”.

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