Motociclistas agredidos na Marquesa participaram de uma sessão de fotos: a polícia de Edomex não sabia onde registrar uma queixa

Em entrevista à Infobae, Eduardo Macías, uma das vítimas, contou os momentos de tensão que viveu com alguns amigos que frequentaram um parque na Marquesa

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Eduardo Macías é estudante universitário. No último sábado, 9 de abril, ele saiu com alguns amigos, dedicados a fazer blogs de vídeo e influenciadores no campo da motocicleta, para realizar uma sessão de fotos em um parque de ejido chamado El Zarco, onde a entrada é cobrada para manter os visitantes seguros, na área de La Marquesa, no Estado do México, no entanto, o as coisas não saíram do jeito que planejaram.

Em entrevista à Infobae México, Eduardo diz que naquele dia eles saíram cedo para fazer a sessão de fotos de uma renomada marca de motocicletas. “Chegamos no local, estava tudo muito legal, chegamos eles nos pararam e cobraram para entrar, ia ser mais, mas o cara na entrada nos disse: bem, me dê 200 (pesos), pelos oito que estávamos indo”, conta.

Ele explica que a intenção era ter experiência em sujeira com motocicletas, e essa foi sua primeira experiência desse tipo. “Chegamos no local, e quando chegamos onde as fotos iam ficar e tudo mais, a rede era um pouco estranha, porque era uma esplanada no meio do nada, era fácil meia hora, ou quarenta minutos de uma estrada de terra, com pedras, poças, lama, a verdade é que o lugar era super bom, porque tinha chovido um dia antes, depois havia poças de água, lama, tudo super bom para as fotos e gravações, e naquele dia estava muito ensolarado e com muito boa luz.”

Ele menciona que um de seus companheiros teve problemas com sua motocicleta, então ele teve que voltar para casa, e apenas sete dos oito ficaram. “Já que estamos voltando, paramos na área, digamos, família, algumas cabanas, era tudo familiar, grama verde, muito tranquila, e lá fizemos como parada para preparar, eles que gravam, suas câmeras, seus equipamentos para gravar as despedidas e o caminho de volta para a cidade.”

Macias menciona que outro de seus amigos também teve problemas com os freios de sua motocicleta, então, quando funcionou, eles esperaram um pouco. Quando eles decidiram voltar, foi quando algo que eles não esperavam aconteceu, pois alguns homens interceptaram seu caminho e os ameaçaram com armas para levar telefones celulares e o equipamento de gravação que carregavam consigo; felizmente, uma das câmeras colocadas em uma motocicleta registrou tudo o que aconteceu e o vídeo se tornou viral nas redes sociais.

Ele menciona que um de seus companheiros, que se chama Buffalo, conseguiu escapar, porque era ele quem estava indo para a frente e se esquivou do carro que fechava seu caminho. “Já que dizemos vamos, começamos, e a partir daí está o vídeo, assim mesmo, Buffalo vai, todo o caminho para a frente, que é aquele que leva o carro atropelado, ele já sabe em que sujeira é e aquilo, para que ele pudesse se esquivar do laminazo, e atrás dele eu vim.”

No vídeo você pode ver como um carro Jetta preto sai de uma lâmina que divide a estrada, e quando os motociclistas o alcançam, um homem sai de alguns arbustos com o rosto coberto, vestido de preto e com um boné branco, apontando uma arma para eles.

“O carro tirou todos nós do caminho, ninguém pensou maliciosamente, acho que foi um dos erros, eu vi o carro e disse: esse cara deve estar aprendendo a dirigir ou algo assim, e eu segui meu caminho, quando vi que o cara vai recuar, porque eu disse: agora que ele vai dar um passo atrás, eu passo, mas desde que vi que ele vai cair para trás, tentei levá-lo até lá, e quando vou para o carro, é quando ouço os gritos e vejo o cara saindo dos arbustos, apontando para nós e nos amando com a arma”, explica Macías.

Ele ressalta que um de seus companheiros, naquele momento, se virou para tentar escapar, e o homem que carregava a arma e saiu dos arbustos, o perseguiu, então ele pensou em escapar.

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“Eu mudei a moto um pouco mais longe, mas o cara que entrou no carro sai pela frente e coloca uma madraz* em mim com a ponta da arma e me diz: pare o cabr*n, jogue a moto, e como eu a tinha na minha frente, eu disse: de jeito nenhum. Além disso, esse cara parecia super nervoso, ele me assustou mais do que o outro, porque ele era intimidante, mas ele parecia certo do que estava fazendo.”

Eduardo menciona que desceu da moto e só começou a ouvir que o homem que havia saído do mato disse que só queria celulares e aparelhos: “Não sei se alguém de lá avisou, ou se eles nos viram e disseram: Eu sou daqui, mas eles vieram para celulares e gadgets, e quando eu vi isso, eu me acalmei um pouco mais, mas eles me fizeram jogar fora a moto.”

Ele explica que seu amigo, conhecido como Buffalo, que conseguiu desviar do carro quando ele saiu do nada, queria voltar porque achava que era um posto de controle ou algo parecido, mas quando viu que eles começaram a atirar as motocicletas e levantar as mãos, percebeu que era um assalto.

“Ele atinge a entrada onde fomos incumbidos de entrar, de procurar ajuda.”

O vídeo mostra como os dois homens armados tiram seus pertences e depois entram no carro e fogem.

Macias menciona que o mais afetado de seus companheiros de equipe, com o assalto, foi um com o nome de Jean, que foi levado embora seu equipamento fotográfico e carteira, embora seu celular pudesse mantê-lo, já que ele o carregava nas malas de sua jaqueta.

Ele explica que, após o assalto, os criminosos pediram que subissem a colina e, quando estavam fugindo, lançaram duas balas para intimidá-los.

O local, que cobrou pelo acesso, não foi responsável pelos acessórios roubados. “O lugar se chama El Zarco, é um parque de ejido que fica no parque gratuito de Toluca para a Cidade do México, em frente à Marquesa, nos aproximamos para pedir apoio, eles falaram com sua segurança interna, que eles eram ejidatarios que saíram em uma picape, dentro da van vieram cinco ou seis pessoas que foram também armado, e eles tentaram dar-lhe eu alcancei o veículo, mas eles eram tarde demais.”

Ele menciona que as autoridades já os contataram e que estão apenas aguardando uma resposta. Eles já apresentaram uma queixa eletronicamente, porque mesmo que quisessem retirá-la naquele dia, a polícia que chegou não pôde dizer para onde ir. “Não sabíamos se era Toluca ou Lerma, e eles não podiam nos dizer bem a que demarcação o local pertencia.”

Macias diz que as autoridades informaram que havia outros relatos na área do mesmo modus operandi, mas com veículos diferentes, incluindo um Chevy e uma van, sem especificar detalhes.

Por sua vez, a Procuradoria-Geral do Estado do México (FGjedomex), informou na última terça-feira, por meio de suas redes sociais, que uma pasta de investigação foi lançada com base em vídeos divulgados nas redes sociais, mostrando o assalto e roubo de motociclistas. “Essa instituição realizará esforços para identificar e prender prováveis participantes”, relatou em um tuíte. Até agora, não houve relatos da detenção de nenhum dos infratores.

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Por meio das redes sociais, alguns outros atos criminosos semelhantes foram relatados até agora este ano na mesma área.

Também foi relatado que, após a divulgação do caso, a segurança foi aumentada na área, com mais de 50 elementos, 10 patrulhas, dois quadriciclos, quatro cavalos e três drones da Secretaria de Segurança do Estado mexicano. Essas equipes são adicionais à estratégia de vigilância anunciada no início de março pela agência, que incluiu patrulhas por meio de drones táticos e uma implantação terrestre.

Por meio da célula drone, os principais acessos e atividades realizadas nas proximidades dessa reserva natural são monitorados, a fim de prevenir o crime.

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