Moção de censura contra Diego Molano para operação em Putumayo

Civis teriam sido mortos nesta operação do Exército colombiano, incluindo uma mulher grávida

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El ministro de Defensa de Colombia, Diego Molano. EFE/Carlos Ortega/Archivo
El ministro de Defensa de Colombia, Diego Molano. EFE/Carlos Ortega/Archivo

Um grupo de congressistas da Aliança Verde, da Lista da Decência, do Partido dos Comuns e do Partido Liberal apresentou uma proposta na Câmara dos Deputados em 12 de abril citando o ministro da Defesa Diego Molano para debater uma moção de censura sobre o resultado da operação militar em Putumayo, na qual civis teriam sido mortos e, em seguida, apresentados como membros dos dissidentes das FARC.

No texto, garantiram que as reportagens jornalísticas que desvendaram o escândalo contêm depoimentos, fotografias e provas documentais que mostrariam que a operação militar, realizada na aldeia Alto Remanso, foi realizada com a presença de civis e em meio à atividade comunitária.

Os congressistas garantiram que entre os mortos estão o presidente do Conselho de Ação Comunitária, sua esposa grávida, o governador indígena da reserva e um menor.

Por enquanto, a data do debate só será conhecida após a Páscoa, já que a presidente da Câmara, Jennifer Arias, tem apenas 10 dias para agendá-lo.

Este é o documento:

Infobae

Um dos representantes que assinaram o pedido foi María José Pizarro, que se referiu às inconsistências da operação militar em Putumayo na W Radio.

Pizarro assegurou aos meios de comunicação que, “a justiça tem que avançar, deve revelar o que aconteceu, o que está claro, é que houve um mau procedimento, no qual civis foram mortos e o controle político pode ser feito ao ministro e fazer avançar a moção de censura”.

Ele também questionou a validade da investigação pela Procuradoria-Geral da República, liderada por Francisco Barbosa e que é amigo do presidente Iván Duque.

A deputada lembrou que o ministro da Defesa já foi convocado para diferentes moções de censura por outras situações — como a repressão durante a greve nacional — que foram ignoradas por Molano.

A posição do governo sobre a operação militar é que ela era legítima. O chefe de portfólio garantiu que a operação foi planejada há cinco meses antes de dar luz verde ao seu desenvolvimento.

Molano explicou que a inteligência da Marinha tinha informações sobre a presença de grupos ilegais no território, que realizavam atividades relacionadas ao tráfico de drogas. Ele também observou que o objetivo da operação era dar efeito a um mandado de prisão e no processo “todos os protocolos de Direito Internacional Humanitário foram cumpridos”.

As reivindicações do ministro foram apoiadas pelo comandante das Forças Militares, general Luis Fernando Navarro, que alegou que a operação estava tentando afetar uma rede ilegal que vinha cometendo crimes na região.

O chefe da pasta explicou que os habitantes da região estavam sendo afetados pelos combates entre a 48ª frente e a frente Carolina Ramírez dos dissidentes das FARC. Por sua vez, o general Oscar Alexander Tovar, Diretor Jurídico do Exército, indicou que 454 vítimas de minas antipessoal haviam sido registradas na área da operação ao longo de um período de dois anos.

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