O Atlético de Madrid está prestes a buscar a façanha de voltar do Manchester City no Estádio Wanda Metropolitano, por isso já se posicionou na opinião pública. Na primeira mão, Diego Pablo Simeone foi severamente criticado pela abordagem excessivamente defensiva que implantou no Etihad Stadium. Nesse sentido, o jornalista britânico John Carlin atacou esse comportamento, mas foi duramente criticado por ter comparado os colchoneros ao Cartel de Sinaloa.
Nesta terça-feira, 12 de abril, Carlin aproveitou sua coluna “El Corner Inglés”, no jornal La Vanguardia, na Espanha, para publicar o texto intitulado “Tudo vai na guerra e no futebol”. No espaço, ele categorizou Cholo e seus jogadores como “prisioneiros perigosos” e usou outras eliminatórias ligadas ao filme de guerra de 1966, The Dirty Dozen, para desqualificar o esquadrão de Madri. No entanto, ele chamou a atenção quando mencionou o cartel fundado por Joaquín El Chapo Guzman.
“Vi o 1-0 em Manchester, vi os olhares dos jogadores de Cholo (palavra que significa 'mestiço' em mexicano) e pensei no cartel de Sinaloa, macarras tatuadas dispostas a matar ou morrer pela causa. Então eu me perguntei, como Simeone sempre encontra aqueles eficazes que se encaixam no tamanho? Quais serão os seus critérios na hora de recrutar pessoal”, lê em sua coluna.
E o fato é que o autor usou todos os tipos de comparações de classes para desacreditar a forma como o povo de Madri joga, tanto na Liga quanto na Liga dos Campeões. Ele associou a equipe a substantivos como “plebe, aspereza, cachorro vadio, música punk ou graffiti em um vagão de trem” e, ainda, afirmou que a equipe espanhola procurará subir o placar na volta “recorrendo às ofertas de futebol mais próximas a um ataque terrorista”.
A escrita controversa em que ele criticou a aparência e as tatuagens das pupilas de Cholo Simeone foi duramente criticada por jornalistas e especialistas, bem como fãs vermelhos e brancos que condenaram o conteúdo em sua totalidade. Os ingleses tentaram zombar da frase dita pelo argentino, ou seja, “a guerra é vencida por quem usa melhor seus soldados”.
A jornalista Verónica Brunati atacou Carlin, dizendo que “comparar o Atleti del Cholo com o Cartel de Sinaloa ou chamar seus jogadores de 'durões tatuados dispostos a morrer ou matar' é vergonhoso e o foco não é. Nem tudo vai no futebol ou no jornalismo”, em sua conta no Twitter.
A comparação que Carlin fez entre futebol e tráfico de drogas indignada com os danos que este último teve na sociedade. De acordo com um relatório apresentado pela organização Semáforo Crimintivo em 2018, 80% das execuções no México estão ligadas ao controle territorial do mercado de drogas. Além disso, historicamente, seus efeitos transcenderam além da fronteira.
Joaquín Guzmán Loera, um dos fundadores do Cartel de Sinaloa, tornou-se um dos personagens mais procurados graças ao crescimento de sua organização. Ao mesmo tempo, a presença constante de tais grupos criminosos no país semeou outros tipos de danos, como o desaparecimento de pessoas, o deslocamento forçado de populações inteiras e o surgimento de grupos de autodefesa em várias regiões do país.
Por outro lado, o Atlético de Madrid tentará superar a pontuação adversa de um gol por zero contra os cidadãos na quadra de Wanda Metropolitano. Ao contrário do que Cholo exibiu na Inglaterra, será sua obrigação mostrar uma postura majoritariamente ofensiva para transcender a semifinal da Liga dos Campeões.
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